O discípulo amado, finalmente desvendado! (Parte 2)


Antes de mais nada, cabe destacar que este artigo é uma continuação ao artigo anterior, que prova que João não pode ter sido o autor do quarto evangelho. Portanto, neste presente artigo eu não irei refutar a autoria joanina (que já foi refutada no artigo passado), mas sim mostrar evidências do provável discípulo amado, uma vez que não é João. Por isso, caso você não tenha lido o artigo anterior, é fundamentalmente importante lê-lo integralmente para poder entender este aqui.


Também é importante ressaltar ainda que, em se tratando de livros não assinados pelo autor, não podemos chegar à autoria com nível de certeza “científica”, como algo absoluto. O que podemos fazer é estudar as evidências e chegar ao autor provável, da mesma forma que ninguém poderá alegar com absoluta certeza quem é o autor da carta aos Hebreus. Isso não significa, contudo, que tenhamos que ficar em trevas pensando que pode ser qualquer um e que todo mundo tem as mesmas chances. Devemos seguir as evidências para onde elas nos levarem, que é o que será examinado aqui.

No artigo anterior, vimos que João não poderia ser o autor do quarto evangelho, entre outras razões, porque:

• O discípulo amado era conhecido do sumo sacerdote ao ponto de ser convidado a entrar no aposento dele, e João era excessivamente jovem para alcançar um status tão alto.

• Dificilmente João poderia ser o amigo do sumo sacerdote, se pouco mais de um mês após aquele episódio o próprio sumo sacerdote ordenou açoitá-lo da mesma forma que aos demais apóstolos e ainda demonstrou não conhecer nenhum deles.

• Os relatos dos evangelhos dizem que todas as “ovelhas” de Cristo (os doze apóstolos) se dispersariam e o abandonariam, então João não poderia ser sido fiel até o fim.

• Como discípulo mais jovem de Cristo (provavelmente na faixa dos 15 anos quando Jesus morreu), é altamente improvável que tenha sido justamente esse adolescente o escolhido a cuidar de uma senhora como Maria, o que exige grande responsabilidade de homem.

• Também seria altamente improvável que Jesus entregasse sua mãe aos cuidados de alguém chamado para ir a todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura como missionário itinerante, sofrendo inúmeras perseguições. Além disso, quando a Bíblia mostra João saindo em missões evangelísticas fora da Judeia, não diz nada sobre estar acompanhado de Maria. Isso presume que Jesus teria entregue Maria a alguém com estabelecimento fixo em Jerusalém, que tivesse condições de cuidá-la apropriadamente.

Em termos simples, para descobrirmos a identidade do discípulo amado, a tarefa é encontrar alguém que cumpra totalmente estes requisitos, os quais de modo algum se encaixam na figura de João. Aqui trabalharei em torno de um nome: Tiago, o irmão de Jesus. Analisaremos ponto a ponto para vermos se essas características encaixam bem nele.


• O discípulo amado era conhecido do sumo sacerdote ao ponto de ser convidado a entrar no aposento dele, e João era excessivamente jovem para alcançar um status tão alto.

Este é um argumento que eu trabalhei em meu artigo anterior, que consiste na pouca idade de João (em torno de 15 anos, com limite máximo de 19). Muito dificilmente alguém tão jovem iria alcançar o elevado status de ser considerado pelo sumo sacerdote, que era nada a menos que a maior autoridade viva entre os judeus. Mas Tiago teria idade suficiente, uma vez que era o irmão mais velho entre os outros quatro irmãos homens que Jesus tinha. Isso fica claro nas listas dos irmãos, que sempre mostram Tiago à frente de todos, sendo costume dos judeus listarem o irmão mais velho antes que os mais novos (cf. Mc 6:3; Mt 13:55). Se Jesus já tinha por essa época seus 33 anos, é perfeitamente razoável presumir que Tiago já tivesse uns 30.

Além disso, dificilmente um reconhecido seguidor de Cristo seria chamado pelo sumo sacerdote para acompanhar Jesus no interrogatório, e isso fica bastante nítido no medo que Pedro demonstra após o discípulo amado chamá-lo a subir também, ocasião na qual ele nega Jesus três vezes (Jo 18:15-17). Tiago não era um seguidor público de Jesus; na verdade, ele era um incrédulo até certo momento (Jo 7:5). É por isso que o “discípulo amado” foi chamado para entrar, mas um apóstolo como Pedro não – ele não foi chamado como discípulo, mas como familiar.


• Dificilmente João poderia ser o amigo do sumo sacerdote, se pouco mais de um mês após aquele episódio o próprio sumo sacerdote ordenou açoitá-lo da mesma forma que aos demais apóstolos e ainda demonstrou não conhecer nenhum deles.

• Os relatos dos evangelhos dizem que todas as “ovelhas” de Cristo (os doze apóstolos) se dispersariam e o abandonariam, então João não poderia ser sido fiel até o fim.

Estes pontos também favorecem Tiago, uma vez que ele não era parte do grupo inicial dos doze apóstolos, os quais foram açoitados naquela ocasião (At 5:17-42). Pela mesma razão, também não estava entre o “todos” (os apóstolos) que o abandonariam (Mc 14:27; Mt 16:31).


• Como discípulo mais jovem de Cristo (provavelmente na faixa dos 15 anos quando Jesus morreu), é altamente improvável que tenha sido justamente esse adolescente o escolhido a cuidar de uma senhora como Maria, o que exige grande responsabilidade de homem.

Este é o argumento mais forte em favor de Tiago. Os próprios apologistas católicos reconhecem abertamente que era costume entre os judeus da época de Cristo que, ao morrer o marido de uma mulher, o filho mais velho cuidaria dela. José não é relatado em parte nenhuma dos evangelhos depois das narrações do nascimento de Cristo e de sua infância, nem mesmo aparece ao pé da cruz junto a Maria, o que faz os estudiosos presumirem que ele faleceu em algum momento entre os 12 e os 30 anos de Jesus. Portanto, Maria já era viúva naquela altura. Como viúva, cabia ao filho mais velho cuidar dela (Jesus). Agora que Jesus estava prestes a morrer, esta responsabilidade cabia ao filho mais velho depois de Jesus, que, como vimos, era exatamente Tiago.

Releia o texto com isso em mente, e veja o quão lógico e simples o mesmo fica quando entendemos que Jesus estava simplesmente entregando Maria aos cuidados de seu irmão, tal como o costume vigente entre os judeus:

“Quando Jesus viu sua mãe ali, e, perto dela, o discípulo a quem ele amava, disse à sua mãe: ‘Aí está o seu filho’, e ao discípulo: ‘Aí está a sua mãe’. Daquela hora em diante, o discípulo a levou para casa” (João 19:26-27)

Por que Jesus disse ao discípulo amado (Tiago) que “aí está a sua mãe”? Não era porque Maria fosse mãe em “sentido espiritual”, como alegam os católicos, pois se assim fosse Jesus teria dito isso a todos os crentes que estavam ali ao pé da cruz, uma vez que na teologia católica todos eles seriam “filhos” de Maria em sentido espiritual. No entanto, Jesus dirigiu aquelas palavras somente e especificamente ao discípulo amado. Quando entendemos que se trata de Tiago, a explicação se torna extremamente simples e lógica: porque Maria era REALMENTE a sua mãe!

Jesus não estava espiritualizando as coisas ao pé da cruz, e muito menos entregando sua mãe aos cuidados de um adolescente que viajaria o mundo todo sendo perseguido, mas apenas seguindo o costume judaico de entregar uma mãe viúva aos cuidados do filho mais velho (agora que o próprio Cristo estava para morrer). Ao dizer “aí está o seu filho” e “aí está a sua mãe”, Jesus estava de fato dizendo: “Agora que eu vou partir, é Tiago o filho que cuidará da senhora”. Lastimavelmente, os teólogos de uma época posterior que já criam na virgindade perpétua de Maria (em função de uma visão distorcida de sexo e pureza, que será tratada oportunamente em outra ocasião) precisaram espiritualizar uma coisa que era totalmente natural e coerente, dando a ela um sentido totalmente diferente do normal.

Além disso, mesmo que os irmãos de Jesus fossem apenas “primos” (como sustenta a apologética católica romana) ou se fossem irmãos por parte de pai (como sustentam os ortodoxos), seria bastante inaceitável que Cristo desse sua mãe cuidados de um jovem que viajaria o mundo todo sendo perseguido, em vez de dá-la a algum de seus “meio-irmãos” ou “primos”, ainda mais quando vemos que esses “meio-irmãos” ou “primos” andavam toda hora acompanhados dela pra lá e pra cá (Mc 3:31; 12:46; Jo 2:12; Lc 8:19; Mt 12:47; 13:55; At 1:14). Se eles já estavam sempre acompanhados dela e tinham alguma relação familiar (ainda que não de mesmo sangue), estariam muito mais aptos a cuidar dela após a morte de Jesus, do que um missionário itinerante adolescente que não aparece associado a Maria em parte nenhuma da Bíblia.

Vale ressaltar ainda que era comum e aceitável que os familiares de um criminoso condenado estivessem presentes nessa cerimônia. Os romanos permitiram que Maria estivesse ao pé da cruz, por ser a mãe de Jesus, e pela mesma razão permitiriam que seus filhos (irmãos de Jesus) estivessem presentes também. É por isso que Tiago aparece ao pé da cruz, mas os apóstolos não.  


• Também seria altamente improvável que Jesus entregasse sua mãe aos cuidados de alguém chamado para ir a todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura como missionário itinerante, sofrendo inúmeras perseguições. Além disso, quando a Bíblia mostra João saindo em missões evangelísticas fora da Judeia, não diz nada sobre estar acompanhado de Maria. Isso presume que Jesus teria entregue Maria a alguém com estabelecimento fixo em Jerusalém, que tivesse condições de cuidá-la apropriadamente.

Este ponto também favorece profundamente a visão de Tiago como o discípulo amado. A razão é muito simples. Observe que o texto que acabamos de conferir deixa claro que aquele discípulo a levou para casa daquela hora em diante:

“Quando Jesus viu sua mãe ali, e, perto dela, o discípulo a quem ele amava, disse à sua mãe: ‘Aí está o seu filho’, e ao discípulo: ‘Aí está a sua mãe’. Daquela hora em diante, o discípulo a levou para casa” (João 19:26-27)

Entretanto, não vemos João ficando em casa com Maria pelo resto de seus dias (enquanto Maria estivesse viva), mas o vemos pouco depois saindo e viajando com Pedro para fora da Judeia em viagens missionárias, e sem qualquer menção a Maria (At 8:25). Segundo a tradição, João mais tarde se estabeleceu em Éfeso, bem longe de Jerusalém, e no Apocalipse vemos ele sendo preso e levado à Patmos, uma ilha usada como prisão natural pelos romanos. Em resumo: obviamente não era João quem estava cuidando de Maria.

Por outro lado, se tem alguém que apresenta todas as credenciais perfeitas para essa ocupação, é Tiago. Note que logo no início de Atos, quando nos é apresentado quem estava reunido no aposento após a ascensão de Cristo, Maria é relacionada aos irmãos de Jesus, e não a algum dos onze apóstolos:

Atos 1
13 Quando chegaram, subiram ao aposento onde estavam hospedados. Achavam-se presentes Pedro, João, Tiago e André; Filipe, Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, Simão, o zelote, e Judas, filho de Tiago.
14 Todos eles se reuniam sempre em oração, com as mulheres, inclusive Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus.

Note que Maria não é associada a João, que segundo a tradição seria quem já estava cuidando dela desde aquele momento ao pé da cruz, mas sim aos irmãos de Jesus, entre os quais Tiago. E quando estudamos o livro de Atos e as epístolas, se tem uma coisa que fica bastante clara, é que Tiago era o único que nunca saía de Jerusalém. Enquanto vemos os outros apóstolos saindo pra lá e pra cá, em constantes viagens missionárias, sempre quando Tiago é mencionado é dito estar em Jerusalém. Tiago lidera o Concílio de Jerusalém (At 15:13-22), e a tradição assevera que a sede episcopal de Jerusalém era dele. Quando Paulo decide anos mais tarde vir a Jerusalém, olha só quem ele encontra por lá:

“Não vi nenhum dos outros apóstolos, a não ser Tiago, irmão do Senhor” (Gálatas 1:19)

Vale lembrar que a designação de Tiago como “apóstolo” seguia a conotação mais ampla, que ia além do grupo dos doze. Neste sentido, também foram chamados de “apóstolos” o próprio Paulo (Cl 1:1), Barnabé (At 14:14), Andrônico (Rm 16:7), Júnias (Rm 16:7), Silvano e Timóteo (1Ts 2:7 com 1Ts 1:1). De acordo com a tradição ortodoxa oriental, todos os setenta discípulos eram apóstolos (veja aqui), e Eusébio de Cesareia confirma este fato quando atesta que “os apóstolos à imagem dos doze eram muitos mais (HE, Livro I, 12).

Quatorze anos depois, Paulo decide subir novamente a Jerusalém (Gl 2:1), e adivinhem quem ele encontra por lá de novo?

“Reconhecendo a graça que me fora concedida, Tiago, Pedro e João, tidos como colunas, estenderam a mão direita a mim e a Barnabé em sinal de comunhão” (Gálatas 2:9)

(Abrindo um parêntesis, esse João mencionado neste texto provavelmente não é uma referência ao apóstolo João, mas sim a um presbítero com o mesmo nome, o qual era distinguido do apóstolo pelos Pais da Igreja – veja aqui)

Em Atos, também vemos Paulo chegando a Jerusalém e se encontrando com...

“Quando chegamos em Jerusalém, os irmãos nos receberam com alegria. No dia seguinte Paulo foi conosco encontrar-se com Tiago, e todos os presbíteros estavam presentes” (Atos 21:17-18)

Tiago está tão atrelado a Jerusalém que os costumes judaicos são fortemente associados à sua pessoa. Por exemplo, quando Pedro decide censurar os não-judeus em certa ocasião, veja por causa de quem ele fez isso:

“Pois, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios. Quando, porém, eles chegaram, afastou-se e separou-se dos gentios, temendo os que eram da circuncisão” (Gálatas 2:12)

E quando o próprio Tiago decide escrever sua carta, ele a dirige às doze tribos (ou seja, aos israelitas), porque era a eles que ele dirigia o seu ministério pastoral:

“Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos dispersas entre as nações: Saudações” (Tiago 1:1)

Em resumo, fica bastante nítido como Tiago era o único que, à diferença de todos os demais, estava sempre em Jerusalém e não saía de lá nunca (enquanto os outros apóstolos viajavam o mundo de um lado a outro a fim de pregar o evangelho). Por que com Tiago a coisa era diferente? Por que ele se manteve fixamente em Jerusalém por todo o tempo? Quando entendemos que Tiago era o discípulo amado, a quem Jesus entregou sua mãe aos seus cuidados, a resposta torna-se bastante óbvia e autoevidente: para cuidar de sua mãe, que, já idosa, não poderia ficar fazendo longas viagens missionárias correndo inclusive risco de morte. O texto de João 19:27 é bastante claro: desde aquela hora o discípulo a levou para a sua casa (e não para outro lugar), e o único que se encaixa nesta descrição perfeitamente é Tiago.

E quando entendemos que Tiago era o discípulo amado, a própria designação de “discípulo amado” torna-se muito mais compreensível. Há tempos atrás, me perguntaram certa vez por que esse discípulo era chamado de “amado”, como se tivesse algo de especial nele, à diferença de todos os outros. Eu não soube responder direito, porque isso não é respondível na tese tradicional joanina. Mas quando entendemos que se trata de Tiago, a resposta é lógica: Tiago era um discípulo especial, porque além de ser discípulo, também era seu irmão (diferente de todos os demais).

Contra a tese de que Tiago era o discípulo amado, pode-se alegar que ele era incrédulo, o que é verdade de acordo com o registro de João 7:5. E, como incrédulo, não podia ser considerado “discípulo”. Isso é verdade, mas ignora o fato de que esse registro é feito ainda no capítulo sete do livro, e depois não é mais dito em lugar nenhum que ele continuou incrédulo para sempre. Sabemos pelo relato de Atos 1:14 que por essa época os irmãos de Jesus já eram crentes, pois estavam em comunhão com os apóstolos. Portanto, embora a Bíblia não assinale especificamente em que dia que houve essa conversão, ela certamente ocorreu em algum momento entre João 7:5 e Atos 1:14.

E aqui entra um detalhe desconcertante: parte nenhuma dos primeiros capítulos de João (ou seja, enquanto Tiago era ainda um incrédulo) é registrada a presença do “discípulo amado”. Ele só começa a aparecer nos capítulos que antecedem imediatamente a Ceia final, já perto do julgamento e condenação de Cristo (Jo 13:23), voltando a ser mencionado depois da ressurreição (Jo 20:2; 21:7,20), além é claro do momento ao pé da cruz, já mencionado (Jo 19:26-27). Ou seja: durante o período em que Tiago era seguramente um incrédulo, o “discípulo amado” não é mencionado, presumivelmente justamente em função do fato de que Tiago ainda não era um discípulo. Sua presença na Ceia não deve causar espanto, uma vez que o costume dos judeus era sempre de cear com a sua família, e Jesus não iria abandoná-los justamente naquele momento tão importante, a última de todas as ceias.

O outro argumento que pode ser levantado contra a tese de Tiago é a diferença no estilo entre o quarto evangelho e a carta de Tiago. Em primeiro lugar, é necessário observar que este não é um argumento conclusivo, uma vez que o Apocalipse de João é tanto em termos de estilo como em termos gramaticais profundamente diferente do quarto evangelho e também das três cartas de João, e nem por isso os adeptos da tese tradicional deixam de crer que foi ele quem escreveu todos esses livros. Uma pessoa pode apresentar diferentes estilos de escrita dependendo do gênero literário que escreve e da época de vida (dificilmente alguém permanece escrevendo exatamente igual dentro de um espaço de vinte ou quarenta anos, quando se desenvolvem muitas novas características e se perdem outras).

Mas no caso específico do quarto evangelho, há ainda uma outra explicação razoável: ele pode não ter sido quem escreveu o livro em si. O que dá margem a essa interpretação é o penúltimo verso da obra, que diz:

“Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as registrou. Sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” (João 21:24)

A parte que diz: “este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas” está realmente falando do discípulo amado, mas a parte que acrescenta: “sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” pode não ser, uma vez que parece que ele está se referindo a um outro sujeito. Ao que parece, Tiago deu testemunho daquelas coisas e as registrou oralmente ao escritor do quarto evangelho, que escreve baseado nesse testemunho. É por isso que ele diz que “sabemos que o seu testemunho é verdadeiro”, como alguém que quer passar credibilidade a uma outra pessoa, em vez de dizer que “o meu testemunho é verdadeiro”, ou que “estou dizendo a verdade”. Se assim for, então Tiago é o autor dos registros (acontecimentos), mas não da escrita em si, que preserva as características literárias de outra pessoa que as redigiu (talvez um escriba ou outra pessoa). 

Mesmo que tenha sido o próprio autor falando de si mesmo na terceira pessoa, isso ainda não invalidaria o fato de ser Tiago, uma vez que uma mudança em estilo literário não invalida uma mesma autoria. Se assim fosse, Pedro jamais poderia ser considerado o autor de suas duas cartas, uma vez que ambas apresentam diferenças gritantes, incomparavelmente mais profundas que as diferenças entre o quarto evangelho e a epístola de Tiago. E enquanto a segunda carta não se parece em nada com a primeira, ela ainda é bastante similar à de Judas – o que, no entanto, não anula o fato de se tratarem de autores distintos.

Antes de concluir este artigo, colocarei aqui algumas outras possibilidades que foram sugeridas, das quais não compartilho pelas razões que exporei em conjunto.


José de Arimatéia, Nicodemos ou Lázaro

Foi comentado na caixa de comentários do outro artigo que o discípulo amado poderia ser José de Arimatéia, Nicodemos ou Lázaro. Os dois primeiros eram homens de influência entre os judeus que poderiam se encaixar perfeitamente bem em alguns aspectos, como o fato de serem conhecidos do sumo sacerdote e convidados a entrar, ou de não serem do grupo dos doze que abandonariam a Cristo na hora da crucificação, ou de terem idade e maturidade suficiente para cuidar de uma senhora como Maria. Lázaro teria a desvantagem de não ser tão bem visto assim pelas autoridades judaicas, visto que queriam matá-lo (Jo 12:10), mas também cumpriria bem os outros requisitos.

No entanto, seus nomes desaparecem por completo do Novo Testamento após os evangelhos, e de modo algum podem ser associados à pessoa de Maria de forma particular. Atos 1:13-14, que mostra os primeiros cristãos reunidos com a presença de Maria, não registra nenhum dos três, que supostamente deveria estar cuidando da mãe de Jesus. Apenas cita os onze apóstolos, as mulheres e os irmãos de Jesus, pressupondo que quem cuidava dela era um desses.

Além disso, seria altamente improvável que Jesus entregasse sua mãe aos cuidados de alguém como José de Arimatéia, Nicodemos ou Lázaro, personagens que pouco aparecem no Novo Testamento e que não parecem ter alguma ligação com Maria, que não eram nem parte do círculo mais íntimo de Jesus e nem um de seus familiares. Jesus não iria contrariar a tradição judaica de entregar sua mãe ao filho mais velho depois dele para entregá-la a algum deles, especialmente sabendo que Tiago já era convertido ou que pelo menos iria se converter muito em breve, não existindo portanto qualquer razão natural ou espiritual para que Jesus não seguisse o rito comum.


Uma mulher

Também foi argumentado que na verdade o discípulo amado era uma mulher, tese essa que foi levantada pelo Alon e que pode ser conferida aqui (leia os comentários seguintes também, para entender o pensamento por completo). Embora a argumentação siga certa lógica e apresente ricos detalhes que podem esclarecer melhor outras coisas, ela falha em um ponto crucial: o pronome masculino. É verdade que em se tratando de grupos maiores que contém homens e mulheres seja comum colocar no masculino (por exemplo, dizer “os deputados de Brasília”, embora se saiba que existem mulheres deputadas entre os que são chamados de “deputados”), mas sempre quando a referência é a um indivíduo em específico, o pronome é sempre referente ao seu gênero particular.

É por isso que “o discípulo amado” não pode ser “a discípula amada”. Em Atos 9:36, é dito que “em Jope havia uma discípula chamada Tabita”. Note que a palavra para “discípulo” é alterada para o feminino por se tratar de uma mulher. No grego, ficou mathetria, em vez de mathetes. Da mesma forma, é dito “filho”, no masculino, em vez de “filha”, no texto onde Jesus entrega sua mãe aos cuidados do discípulo amado (embora o termo “filha” no feminino seja bastante recorrente na Bíblia em se tratando de mulheres):

“Quando Jesus viu sua mãe ali, e, perto dela, o discípulo a quem ele amava, disse à sua mãe: ‘Aí está o seu filho’, e ao discípulo: ‘Aí está a sua mãe’. Daquela hora em diante, o discípulo a levou para casa” (João 19:26-27)

É argumentado aqui uma possível ambiguidade na primeira parte do verso, que, segundo outras traduções, poderia ser “aqui está o teu filho” em vez de “eis aí o teu filho” (sugerindo que Jesus dizia a Maria que ele era o seu filho). Mas essa tradução não faz sentido, primeiro por se tratar de uma redundância desnecessária (Jesus dizer a Maria que ele era o seu filho sem querer dizer mais nada com isso seria como se eu dissesse que a chuva é molhada e desce pra baixo), e segundo por causa da continuação do verso, que diz “eis aí a tua mãe”, eliminando a possibilidade de ambiguidade para “aqui está a tua mãe” (o que definitivamente não teria sentido). Além disso, a construção de texto é a mesma em ambas as sentenças, mudando apenas o sujeito, mas exigindo um mesmo tipo de interpretação.

Por fim, o texto de João 20:3-4 afirma:

“Pedro e o outro discípulo saíram e foram para o sepulcro. Os dois corriam, mas o outro discípulo foi mais rápido que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro” (João 20:3-4)

Se o discípulo amado era uma mulher, devemos concluir: Pedro perdeu a corrida para uma mulher. (#RIPPEDRO)


Conclusão

No artigo anterior, vimos todas as evidências que mostram ser praticamente impossível, além de absurda, a conclusão de que João é mesmo o autor do quarto evangelho. Aqui, busquei juntar as evidências em torno do único homem que cumpre adequadamente todos os requisitos: Tiago, o irmão de Jesus. Quando pensamos no discípulo amado como sendo Tiago, tudo aquilo que antes era confuso ou obscuro se torna extremamente claro e lúcido, e todas as peças do quebra-cabeças se encaixam sem fazer esforço. É evidente que essa conclusão será rechaçada por aqueles que não a podem aceitar por já estarem comprometidos a uma crença prévia na virgindade perpétua de Maria, ou por aqueles por demais apegados às tradições, dando a elas valor maior que as evidências Escriturísticas. Mas do que foi exposto, torna-se fácil a qualquer pessoa de mente sã e aberta concluir que o discípulo amado, de fato, era o irmão de Jesus que os apologistas católicos tanto se esforçam em esconder e negar. 

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,

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Comentários

  1. Eu, durante muito tempo, considerei João como o discípulo amado, seguindo a tradição. Mas estudando um pouco percebi que João não poderia ser. Sabendo do medo de que o terceiro Tiago seja verdade (o que efetivamente é) vi que os católicos fizeram de tudo para esconder a importância do irmão de Jesus. Com o "eis aí tua mãe", e a permanência em Jerusalém, passei a considerá-lo como a maior suspeita. Lendo o seu artigo sobre porque João não poderia ser o autor, percebi também que o nome de Tiago não é citado no livro. E que por diversas vezes o autor se denomina como discípulo amado, o que indicava para ele também. Enfim, para mim é o melhor candidato.

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    1. ""Apóstolo" significa "o enviado", não obrigatoriamente referia-se aos 13, poderia indicar uma pessoa que foi enviada por Cristo para fazer algo(no caso de Tiago ser bispo).Só os 13 eram apóstolos, lide com isto.(ressalvo que aceito objeções respeitosas)"

      Não entendi direito o que você quis dizer, isso foi alguma refutação ao que eu disse? Pois eu não disse que Tiago era do grupo dos doze, se é isso o que você achou que eu disse. O que eu disse é que Tiago era considerado apóstolo no sentido extensivo que o termo tinha no NT, que basicamente poderia ser traduzido como "missionário". Não era um "cargo eclesiástico", mas uma designação do que a pessoa é.

      "Sobre o artigo, foi ótimo! Me deu base para outros assuntos. O próximo artigo vai ser sobre qual assunto?"

      Eu pretendo retomar a escrita de artigos sobre os mitos católicos sobre uma "Inquisição protestante", a começar pela Inglaterra de Henrique VIII.

      "No seu entender, não crer na Trindade como a Bíblia nos ensina é algo secundário?"

      A trindade é considerada uma doutrina primária, então a resposta é não.

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    5. De cabeça agora eu só me lembro de Orígenes e Justino, quase todos eram bispos e os que não eram, eram presbíteros. Mas se quiser algo mais certo teria que pesquisar um a um pra saber.

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  3. De quem de fato escreveu segundo os ortodoxos o quarto evangelho esse evangelho nao e apocrifo ou faz parte da epistola do NT qual seria de fato a confusao entre os irmaos com relacao a este tema

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    1. Não entendi a sua questão, poderia reformulá-la de forma mais compreensível?

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  4. Pelo que da a entender um evangelho citado pelos pais da igreja, o evangelho dos hebreus, Tiago somente veio a ser discípulo de Jesus após a ressurreição

    "Além disso, o Evangelho dos Hebreus, recentemente traduzido para o grego e o latim, afirma que, após a ressurreição: "Agora o Senhor, após ter entregado sua mortalha ao servo do sacerdote, apareceu a Tiago, pois Tiago havia jurado que não comeria pão a partir do momento em que bebeu do cálice do Senhor até que ele O visse novamente, ressuscitado dos mortos". Um pouco mais adiante, o Senhor diz: "traga uma mesa e pão". E, imediatamente, acrescenta: "Ele tomou o pão, o abençoou, partiu-o e o deu a Tiago, o Justo, dizendo-lhe: 'Meu irmão, coma o pão, pois o Filho do homem ressuscitou dos mortos.". Jerome

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Apari%C3%A7%C3%B5es_de_Jesus_ap%C3%B3s_a_ressurrei%C3%A7%C3%A3o#Evangelho_dos_Hebreus

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    1. Pelo contrário, esse documento é extremamente útil para os propósitos deste artigo. Ele não diz que Tiago “não era discípulo” ou que ainda era descrente, ao contrário, mostra que ele tinha a esperança de ver Jesus novamente na ressurreição, esperança essa que só faria sentido à luz de uma crença no Messias. E ainda coloca Tiago na última ceia, mostrando que ele estava lá sim, exatamente o que eu digo no artigo.

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  5. Lucas, como vai?Mudando de assunto que não tem nada haver com o tema,por que vou falar sobre a opinião de um filósofo que tenho admiração que é o Luiz Felipe Pondé...tem um vídeo dele circulando no youtube que ele fala que se os católicos não tomarem cuidado lógico, isso no âmbito religioso os evangélicos vão "ENGOLIR" O Brasil, o mesmo falou em todos os aspectos sociais, políticos, filosóficos, religiosos e no meio acadêmico e etc.O Pondé disse:é por que os evangélicos são mais hábeis na comunicação, são mais criativos, espertos, dinâmicos...no qual ele mesmo falou que a "REVOLUÇÃO EVANGÉLICA"veio pra ficar só não no Brasil, mas na América Latina.Segundo ele o catolicismo é muito ruim pra disputar o mercado religioso no qual os católicos estão apanhando dos evangélicos chamando os católicos de burocráticos, enrolados, néscios, fracos,fechados e fez opções teológicas erradas por isso estão em crise e estão complicadas sem rumo...a massa que tá levando muita gente para o protestantismo são os jovens evangélicos que são mais aguerridos, vai pra cima que segundo o filósofo em pouco tempo não vai sobrar pra ninguém em poucos anos...ele ironizou os católicos dizendo que é pior do que a petrobrás, lógico que ele falou no sentido de crescimento .O que você achou dá opinião do Pondé? é isso mesmo ou ele exagerou!Fica com Deus.

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    1. Ele está certo. Além da doutrina católica estar errada, a metodologia toda que eles usam é errada. Mas ele se esquece de mencionar algo muito importante, que é o fato de que a metodologia deles tem melhorado muito nos últimos tempos. A Igreja Católica tem tentado se adaptar aos novos ares de liberdade, tolerância e democracia, e abandonado certas atitudes e rituais pitorescos do passado, que se fossem mantidos até hoje tornariam a Igreja Romana mais fracassada do que já é, e mais decadente do que já está. Pegue como exemplo um caso simples, do padre que na Idade Média fazia missa só em latim (idioma que ninguém do povo conhecia) e virado de costas para os fieis. Se um católico nos dias de hoje entra na igreja e vê o padre falando em idioma desconhecido e virado de costas pra ele, é ele quem vira as costas e vai embora da igreja.

      Ou seja, a Igreja Romana precisou se adaptar ao novo mundo, ao mundo moderno, ainda que não totalmente. As pessoas já não aceitam, e com razão, aquelas absurdidades do passado. Veja por exemplo a RCC, que copia muitos elementos do culto evangélico pentecostal para chamar a atenção dos católicos modernos, inclusive com padres cantores que andam sem as vestes litúrgicas tradicionais. Isso seria razão de fogueira no passado, seria considerado um ultraje e uma violência ao “pudor religioso”, mas hoje em dia é aceito com naturalidade, porque sem isso já haveria uma debandada muito maior de católicos ao protestantismo.

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  6. Marcelo de Niterói1 de junho de 2017 às 19:48

    Lucas a paz!Queria que você me ajudasse tenho 8 meses de convertido na igreja Metodista em Niterói eu era da canção nova onde minha família é...só que estou em um deserto, estou apanhando sendo pressionado a única arma que tenho no momento é a oração , por que conhecimento das escrituras pra refutar não tenho. só peço a Deus pra resistir.me ajude em oração e me ajude quais livros primeiramente posso me embasar para refutar alguns dogmas marianos, irmão não tá sendo fácil pra mim...por que na minha família são 6 contra 1.ajude pra eu não desfalecer.Fica na paz de Cristo!

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    1. Olá, tudo bem? Na minha página de livros tem alguns que envolvem temas católicos, cada um deles pode ser baixado de graça em Word ou pdf:

      http://www.lucasbanzoli.com/2017/04/0.html

      Mas infelizmente aqui no Brasil há uma verdadeira carência de obras relevantes contra o catolicismo. Eu até conheço algumas, mas são tão ruins que eu tenho vergonha de recomendar, pois usam de argumentos superficiais iguais aos da apologética católica. Se quiser se aprofundar nos assuntos, recomendo que leia TODOS os artigos que puder do blog do Bruno Lima, o “Respostas Cristãs”:

      http://respostascristas.blogspot.com.br

      Do blog “Conhecereis a Verdade”:

      http://conhecereis-a-verdade.blogspot.com.br

      Do blog do Elisson:

      http://resistenciaapologetica.blogspot.com.br

      E, é claro, do meu. Além do “Heresias Católicas”, tenho o “Apologia Cristã” com artigos antigos:

      http://apologiacrista.com

      A tag deste blog sobre os dogmas marianos com uma lista de artigos é essa:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/search/label/Mariolatria

      Eu sei que é muito conteúdo (só neste blog são 500 artigos, sem falar nos outros), mas leia na medida do possível, porque cada artigo é singularmente importante e útil para a sua edificação. Mas acima de tudo, leia a Bíblia, principalmente o Novo Testamento, que Deus irá te esclarecer mais do que qualquer outra fonte.

      Abs!

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  7. Olá, Lucas! Fale um pouco sobre assuntos filosóficos também no blog diferenciando conceitos de Sérgio Cortella, Leandro Karnal e Luiz Felipe Pondé, pelo menos o último é mais moderado e o do meio é marxista não é verdade?é só pra deixar as pessoas mais informadas sobre eles e fazer uma simples diferenciação deles...já que eles são os mais conhecidos no Brasil.Abs!

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    1. O Karnal é centrista, por isso recebe ataques dos dois lados (direita e esquerda), mas é contra o projeto “Escola sem Partido”, o que denuncia certas tendências esquerdistas. O Cortella é abertamente de esquerda, inclusive tem um vídeo ridículo apoiando a Dilma nas últimas eleições com um discursinho fajuto onde parece um militante revolucionário que acabou de sair do DCE:

      https://www.youtube.com/watch?v=fcBKtm9JWOQ

      E não se engane muito em relação ao Pondé, porque ele já faz vídeo onde explicitamente diz preferir o Freixo ao Crivella, e o mais espantoso: que votaria no Jean Wyllys em vez do Bolsonaro:

      https://www.youtube.com/watch?v=i3QkbkrCbFw

      Pra resumir: não siga filósofos como se fossem oráculos, gurus do conhecimento. Muita gente fez isso com o Olavo há tempos atrás e deu no que deu. Agora estão substituindo o velho mentiroso por outros filósofos tão ruins quanto. Mas isso também não significa que eles não tenham algo de útil a acrescentar. Eu, por exemplo, confesso admiração pelo Karnal, e acho muitas reflexões dele edificantes, mesmo sabendo que ele fala bobagem em outros assuntos. O problema é que o pessoal não está procurando conselhos de sabedoria que possam ser úteis aqui ou ali; em vez disso, estão procurando verdadeiros gurus, deuses para seguir acriticamente e de forma cega e incondicional, talvez pela incapacidade cerebral de pensar por si mesmos. Neste último sentido – o pior de todos – eu não recomendaria nada e ninguém. Mas se for para fazer como Paulo diz (“analisar tudo e reter o que é bom” – 1Ts 5:21), é lógico que todos eles podem ser lidos e ouvidos pois tem coisas úteis a acrescentar, desde que se faça o “filtro” discernindo o que presta do que não presta.

      Abs!

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  8. Lucas,

    Você é criativo. É uma boa qualidade, ainda que em teologia isso não seja tão desejável. Teologia é o resgate do passado, de acordo com as testemunhas qualificadas, e não uma ciência das teses inéditas. Vá com calma, com mais tato.

    Vamos por partes. O Apóstolo São João morreu em 100 d.C., com 98 anos. Isso significa que ele foi chamado por Cristo quando tinha 28 anos. E não 15.

    São João não era compadre do Sumo Sacerdote. Não exagere. O que ocorreu é que Zebedeu, o pai do santo Apóstolo, vendeu uma propriedade para o Sumo Sacerdote. Daí, São João ganhou um contato importante. É só isso. Leia a tradição, e você ficará menos fascinado pelo exagero.

    São João também abandonou o Senhor. Ele foi o jovem que fugiu nu quando o Senhor foi preso (Marcos 14:51). Porém, São João se recompôs e acompanhou a paixão de Cristo – de longe. Até que finalmente se aproximou dEle na cruz.

    São João pregou com os demais apóstolos, mas só pôde sair de Israel após a Dormição da Virgem Maria, em 48 d.C. E não antes. Até então, ele priorizou o cuidado da Virgem. Depois da Dormição, ele se mudou para Éfeso, na Ásia Menor, e pregou à toda região. Foi em Éfeso que ele escreveu o Evangelho.

    São Tiago é o primo-tio do Salvador. Não há o menor jeito de ele ser mais novo que Jesus, haja vista que São José, seu pai, era viúvo e extremamente idoso quando desposou a Virgem.

    Você é inteligente, mas um pouco apressado nas conclusões. Eu também era assim, até que eu aprendi que é de mais proveito ler o que os antigos disseram, já que eu estou a séculos de distância dos fatos. Você tem dito que gosta de ler história. Pois leia, homem!

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    1. “Você é criativo. É uma boa qualidade, ainda que em teologia isso não seja tão desejável. Teologia é o resgate do passado, de acordo com as testemunhas qualificadas, e não uma ciência das teses inéditas. Vá com calma, com mais tato”

      Concordo, teologia é o resgate do passado. A diferença é que eu recorro às testemunhas primárias e oculares (escritores bíblicos), e você a livros apócrifos e a Pais da Igreja tardios (ou seja, a testemunhas sem muita credibilidade).

      “Vamos por partes. O Apóstolo São João morreu em 100 d.C., com 98 anos. Isso significa que ele foi chamado por Cristo quando tinha 28 anos. E não 15”

      Isso não pode ser verdade. No artigo abaixo eu provo que os apóstolos, à exceção de Pedro, tinham todos menos de 21 anos:

      http://ocristianismoemfoco.blogspot.com.br/2016/02/a-idade-dos-discipulos.html

      Um texto que deixa isso bem claro é o do coletor de impostos:

      “Quando Jesus e seus discípulos chegaram a Cafarnaum, os coletores do imposto de duas dracmas vieram a Pedro e perguntaram: ‘O mestre de vocês não paga o imposto do templo?’ ‘Sim, paga’, respondeu ele. Quando Pedro entrou na casa, Jesus foi o primeiro a falar, perguntando-lhe: ‘O que você acha, Simão? De quem os reis da terra cobram tributos e impostos: de seus próprios filhos ou dos outros?’ ‘Dos outros’, respondeu Pedro. Disse-lhe Jesus: ‘Então os filhos estão isentos. Mas, para não escandalizá-los, vá ao mar e jogue o anzol. Tire o primeiro peixe que você pegar, abra-lhe a boca, e você encontrará uma moeda de quatro dracmas. Pegue-a e entregue-a a eles, para pagar o meu imposto e o seu’” (Mateus 17:24-27)

      O imposto era recolhido apenas dos indivíduos de vinte e um anos para cima (Êxodo 30.11-16, 38; 25-26), e Jesus não pagou o imposto por todos os discípulos, mas apenas por si mesmo e por Pedro. Portanto, os outros discípulos não podiam ter mais de 20 anos, e de fato os rabis no judaísmo costumavam ter discípulos adolescentes ou jovens, na mesma faixa etária dos discípulos que Jesus tinha. Se algum Pai da Igreja disse algo contrário a isso, está errado, pura e simplesmente.

      “São João não era compadre do Sumo Sacerdote. Não exagere. O que ocorreu é que Zebedeu, o pai do santo Apóstolo, vendeu uma propriedade para o Sumo Sacerdote. Daí, São João ganhou um contato importante. É só isso. Leia a tradição, e você ficará menos fascinado pelo exagero”

      De onde você tirou isso? E como um simples pescador pobre iria ter uma propriedade tão estimada ao ponto do sumo sacerdote cobiçá-la?

      “São João também abandonou o Senhor. Ele foi o jovem que fugiu nu quando o Senhor foi preso (Marcos 14:51)”

      Agora quem está entrando em contradição com a tradição é você, pois o jovem que segundo reza a lenda teria fugido nu foi o próprio Marcos.

      “Porém, São João se recompôs e acompanhou a paixão de Cristo – de longe. Até que finalmente se aproximou dEle na cruz”

      De novo, afirmações sem provas e nem evidências.

      “São João pregou com os demais apóstolos, mas só pôde sair de Israel após a Dormição da Virgem Maria, em 48 d.C. E não antes”

      Mas os registros de Atos de João saindo de viagem com Pedro (e sem Maria) são de antes de 48 d.C. E a própria “assunção” não passa de uma lenda tardia e sem qualquer fundamento nos Pais da Igreja mais antigos, que, inclusive, diziam não fazer a menor ideia do que aconteceu com Maria em seus dias finais (vide Epifânio, por exemplo).

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    2. “São Tiago é o primo-tio do Salvador. Não há o menor jeito de ele ser mais novo que Jesus, haja vista que São José, seu pai, era viúvo e extremamente idoso quando desposou a Virgem”

      Mais uma vez: de onde você tirou isso?

      “Você é inteligente, mas um pouco apressado nas conclusões. Eu também era assim, até que eu aprendi que é de mais proveito ler o que os antigos disseram, já que eu estou a séculos de distância dos fatos. Você tem dito que gosta de ler história. Pois leia, homem!”

      Você confunde o sentido e o propósito de história. Quando a estudamos academicamente, a primeira coisa que aprendemos é que história não consiste em ir correndo ler o máximo de coisas em qualquer lugar e ir logo tomando essas coisas como verdade absoluta sem qualquer critério ou rigor. Um historiador sério preza pela crítica das fontes, pois sabe que cada documento possui uma intencionalidade peculiar e que quem o escreveu podia estar errado ou até mesmo buscando enganar os outros. Embora você não tinha dito expressamente, eu sei que tudo o que você afirmou aqui vem de um livro apócrifo escrito no final do segundo século que, infelizmente, chegou a enganar alguns Pais da Igreja. É daí que surgiu o mito. Este mesmo livro é cheio de lendas e erros grosseiros, alguns em clara divergência com a Escritura. Não deveria ser levado a sério como fundamentação teórica para qualquer coisa.

      Você quer que eu siga a tradição, mas incorre no mesmo equívoco de todo e qualquer apologista católico: QUAL tradição? Haviam Pais da Igreja que criam na virgindade perpétua e outros que não criam, assim como haviam Pais que criam mas admitiam que a maioria dos cristãos de sua época não criam (vide Clemente de Alexandria). Qual deles tinha a tradição certa? Dos que criam, uma metade achava que os irmãos de Jesus eram filhos de José de um casamento anterior, e outra metade seguia a tese de Jerônimo adotada hoje pela ICAR, a dos primos. Novamente, qual deles tinha a tradição certa? Qualquer que seja a sua resposta, será arbitrária e seletiva. A “tradição” não resolve esta questão. O próprio apócrifo que você crê piamente foi apenas mais uma tentativa de explicar coisas que as pessoas da época não sabiam explicar, enquanto Jerônimo jamais disse que sua tese particular era baseada em uma suposta tradição oral, pois era apenas seu entendimento particular das Escrituras, ou seja, fazendo a mesma coisa que o Alon e eu fazemos nesta questão.

      No fim das contas, chegamos ao impasse: devemos crer no que é biblicamente mais plausível de acordo com as evidências (i.e, em fontes primárias e testemunhas oculares que nos deixaram os vestígios), ou naquilo que Pais da Igreja tardios aceitavam com base em obras apócrifas fraudulentas ou em interpretações pessoais, e ainda em contradição uns com os outros?

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    3. "Você é criativo. É uma boa qualidade, ainda que em teologia isso não seja tão desejável. Teologia é o resgate do passado, de acordo com as testemunhas qualificadas, e não uma ciência das teses inéditas. Vá com calma, com mais tato."

      Recentemente, o Papa Bento 16 resolveu responder a uma contradição entre o evangelho de João e dos demais evangelhos, sobre a última ceia, através das descobertas dos manuscritos do Mar Morto. Nenhum pai da igreja falou sobre essa hipótese apontada por ele.

      Essa foi a notícia

      http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI1530149-EI294,00-Bento+XVI+evoca+a+relacao+de+Jesus+com+os+essenios.html

      Se for seguir esse raciocínio, ele não poderia fazer isso pq ninguém jamais sugeriu isso na tradição e também vai contra a própria doutrina da ICAR de que a tradição ensinada pelos pais tem o mesmo valor da Escritura.

      Pelo que eu já li da Igreja Ortodoxa, a tradição tem um peso menor do que a Escritura. A Igreja Ortodoxa admite que algum pai pode ter errado em algo que escreveu, ainda mais em algo não relacionado a doutrina, como autoria dos evangelhos.

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    4. Lucas,

      Eu não vou revelar fontes uma por uma, porque você pode muito bem fazer isso por si mesmo. Basta você ter espírito científico, curiosidade acadêmica e boa vontade para considerar o outro lado. É você o estudante de teologia, e não eu (risos). Pode acreditar que eu não estou mentindo para você. Todavia, se você quiser um ótimo resumo biográfico de São João, como um ponto de partida:

      books.google.com.br/books?id=4uY2AAAAMAAJ

      (‪The lives of the apostles, and the two evangelists Saint Mark and Saint Luke‬, William Cave, 1840)

      Inclusive, com esse mesmo resumo, você pode fazer correções a algumas impropriedades que você disse acerca de São Pedro só ir a Roma no final da vida. Você está apenas parcialmente certo, mas esse é um outro assunto.

      A tradição é o que a Igreja, como organização, ensina. A Tradição não é apenas o que um ou outro pai da Igreja disse (que podem se contradizer, inclusive); mas o que a organização pratica como um corpo em suas festas, ícones, afrescos, documentos colegiados, etc. A Dormição da Virgem Maria é um exemplo de tradição expressa mais por ícones e festas do que por documentos antigos.

      Lembre-se do ditado protestante muito apropriado: "texto sem contexto é pretexto." A Tradição tem a função de fornecer o contexto do texto bíblico.

      Quanto ao texto do imposto do templo, a única coisa que ele mostra é que Jesus, até então, não estava presente para pagar o imposto que devia como um chefe de família, e nem Pedro, também um chefe de família, tinha o dinheiro. É só isso. Por isso e outras coisas é que se precisa do contexto! Não procure chifre em cabeça de cavalo.

      Eu gosto do seu blogue não porque eu concorde com ele, mas porque vez em quando você levanta uma questão para o qual eu inicialmente não tenho resposta, e isso me faz pesquisar superficialmente. Aí eu aprendo algo que eu não sabia. Pesquise você também. Você só precisa ser menos impulsivo, isto é, não sair correndo para escrever sem analisar bem o outro lado. Mas eu não te julgo: eu já fui exatamente assim como você.

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    5. “Eu não vou revelar fontes uma por uma, porque você pode muito bem fazer isso por si mesmo. Basta você ter espírito científico, curiosidade acadêmica e boa vontade para considerar o outro lado. É você o estudante de teologia, e não eu (risos). Pode acreditar que eu não estou mentindo para você. Todavia, se você quiser um ótimo resumo biográfico de São João, como um ponto de partida”

      Podem-se escrever duzentos livros sobre o tema, que todos eles vão se basear no evangelho apócrifo de Tiago, uma falsificação do segundo século. Não existe NENHUMA fonte mais antiga que esse livro que traga tais afirmações extrabíblicas e, inclusive, antibíblicas – o que é o mais grave. Neste artigo do Bruno Lima ele mostra uma série de inconsistências e contradições entre esse apócrifo e os evangelhos canônicos, sendo apenas algumas de um todo bem maior:

      http://respostascristas.blogspot.com.br/2016/05/a-virgindade-perpetua-de-maria-e.html

      Como se não bastasse entrar em direta e flagrante contradição com a Bíblia, ele ainda entra em contradição com outros Pais da Igreja que tinham suas próprias teses alternativas. O próprio Jerônimo, a mente por detrás da tese católica dos “primos”, se manifestava contra esse livro em função de sua tese particular ser diferente. E cabe lembrar, tal livro nunca esteve no cânon das Escrituras, nem mesmo na época em que constavam livros como o Pastor de Hermas ou a Epístola de Barnabé.

      “Inclusive, com esse mesmo resumo, você pode fazer correções a algumas impropriedades que você disse acerca de São Pedro só ir a Roma no final da vida. Você está apenas parcialmente certo, mas esse é um outro assunto”

      Se é um outro assunto, então não vou comentar. Mas a esmagadora maioria das evidências históricas, principalmente no que se refere aos primeiros séculos, aponta na direção que eu expus:

      http://lucasbanzoli.no.comunidades.net/pedro-nunca-foi-bispo-de-roma

      “A tradição é o que a Igreja, como organização, ensina”

      Qual organização? A Romana? A Ortodoxa? Copta? Qual delas?

      “A Tradição não é apenas o que um ou outro pai da Igreja disse (que podem se contradizer, inclusive); mas o que a organização pratica como um corpo em suas festas, ícones, afrescos, documentos colegiados, etc”

      Dois erros básicos aqui: (1) tratar da “Igreja” como se fosse uma coisa só, quando sempre existiram diversas vertentes religiosas sustentando ser elas próprias “a Igreja” e ensinando coisas diferentes entre si; (2) se realmente a tradição é isso que você sustenta, então não se pode alegar que foi proveniente dos apóstolos por transmissão oral, mas é apenas uma definição arbitrária de uma suposta autoridade institucional-eclesiástica que definiu quais Pais estavam certos e quais errados.

      “A Dormição da Virgem Maria é um exemplo de tradição expressa mais por ícones e festas do que por documentos antigos”

      E Epifânio, que escreveu um breve livro apenas para tratar exclusivamente dos Últimos Dias da Virgem Maria, não conhecia esses ícones ou festas? Três possibilidades: ou Epifânio era um péssimo estudioso e um pesquisar horrível que não conhecia nem as coisas do seu próprio tempo, ou esses ícones e festas não provam nada, ou eles são de data posterior e portanto sem qualquer relação com os apóstolos ou uma suposta tradição oral apostólica.

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    6. “Lembre-se do ditado protestante muito apropriado: ‘texto sem contexto é pretexto’. A Tradição tem a função de fornecer o contexto do texto bíblico”

      Isso que você chama de “tradição”, na verdade não passa de mitos contraditórios e totalmente sem fundamento, em nada diferente da tradição de Remo e Rômulo fundadores de Roma.

      “Quanto ao texto do imposto do templo, a única coisa que ele mostra é que Jesus, até então, não estava presente para pagar o imposto que devia como um chefe de família, e nem Pedro, também um chefe de família, tinha o dinheiro. É só isso. Por isso e outras coisas é que se precisa do contexto! Não procure chifre em cabeça de cavalo”

      Isso só prova ainda mais o meu ponto. Numa sociedade em que o costume era se casar ainda muito cedo, na maioria das vezes antes ou perto dos vinte anos, e todo mundo se casava, você vem me dizer que entre os discípulos de Jesus apenas Pedro era chefe de família e mesmo assim todos os demais já eram adultos quando Jesus os chamou?

      “Eu gosto do seu blogue não porque eu concorde com ele, mas porque vez em quando você levanta uma questão para o qual eu inicialmente não tenho resposta, e isso me faz pesquisar superficialmente. Aí eu aprendo algo que eu não sabia. Pesquise você também. Você só precisa ser menos impulsivo, isto é, não sair correndo para escrever sem analisar bem o outro lado. Mas eu não te julgo: eu já fui exatamente assim como você”

      Novamente, você repete e reitera o mesmo conceito errôneo que eu já corrigi quanto a “estudar história” ou agir como um “historiador”. Você pensa que isso consiste em procurar qualquer fonte supostamente antiga e já ir tomando como verdade a priori sem qualquer critério ou crítica das fontes, se fosse assim então deveríamos tomar o apócrifo de Tomé como verdadeiro e concluir que para Jesus as mulheres tinham que se tornar homens para entrar no Reino de Deus, ou então que de fato existiam deuses gregos habitando no monte Olimpo, e acreditar na lenda de Atlântida, e admirar os grandes Remo e Rômulo que fundaram sozinhos a cidade de Roma ajudados por uma loba que os amamentava, e assim por diante...

      Tudo isso são “tradições”, são contos, são histórias, são tentativas de pessoas humanas em reconstruir algo do passado que já havia se perdido, tentativas de suprir lacunas intransponíveis, DA MESMA FORMA que o Proto-Evangelho de Tiago e suas outras fontes dele derivadas e sem credibilidade tanto quanto. Ser historiador não é sair lendo qualquer coisa que escreveram no passado e já assumir como verdade sem questionar, mas é justamente ser QUESTIONADOR, ser crítico, analisar as fontes de forma criteriosa e racional, buscar descobrir a intencionalidade de cada objeto em questão e só então formar sua concepção de “passado”. Não vou criticá-lo por não fazer isso e se limitar a uma atitude passiva diante de fontes contraditórias e pouco confiáveis, até porque não é a sua área, então apenas posso admoestar a estudar mais a fundo não apenas “a história”, mas O QUE É história.

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    7. “Inclusive, com esse mesmo resumo, você pode fazer correções a algumas impropriedades que você disse acerca de São Pedro só ir a Roma no final da vida. Você está apenas parcialmente certo, mas esse é um outro assunto”

      Algo interessante sobre o assunto. Um membro da igreja assíria do oriente, ou chamada de igreja nestoriana, argumenta que Pedro nunca foi bispo de Roma, nem sequer foi morto lá.

      http://peshitta.org/for/showthread.php?tid=2642&pid=20050#pid20050

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    8. Eu estou cansado desse papo de que José era viúvo. Prove você, mostre quais documentos, todos nós queremos saber a verdade. Não venha com conversinha mole. Outra coisa, é inacreditável vocês insistirem com essa história de virgindade. Meu pai bendito! Não há como contestar os irmãos (adelphos) e o "até" dito a José para esperar Jesus nascer, e depois poderia ter uma vida conjugal. Não tem como negar isso. É a coisa mais clara do mundo. Quem peca quanto ao rigor científico e racional aqui é você, cara Rodrigo, não aja malandramente transferindo o seu erro para o Lucas.

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    9. Para explicar a questão dos impostos, eu me baseei no Benson Commentary:

      biblehub.com/commentaries/matthew/17-24.htm

      "This was a tribute or payment of a peculiar kind, being half a shekel, (that is, about fifteen pence,) which every master of a family used to pay yearly to the service of the temple."

      Mas eu prefiro a explicação de São João Crisóstomo, registrada na Catena Aurea de Tomás de Aquino, onde ele diz que esse tributo era para os primogênitos:

      hjg.com.ar/catena/c190.html

      "Cuando mandó el Señor dar muerte a todos los primogénitos de los egipcios, recibió el Señor el tributo de la tribu de Leví, en conmemoración de este hecho. Después, como en la Judea era inferior el número de los de la tribu que el número de los primogénitos, se mandó completar los que faltaban para llenar ese número con un siclo; de aquí trae origen la costumbre de pagar un impuesto por los primogénitos y como Cristo era primogénito, por eso le exigían el tributo y se acercan a Pedro para pedirlo porque les parecía que era el principal y yo soy de la opinión que no exigían en todas las ciudades estos tributos, y si exigieron en Cafarnaúm el tributo a Cristo, es porque creían que esa era su patria."

      Seja como se vê o assunto, é certo que o texto de Mateus 17:23-26 NÃO diz que: (1) os outros discípulos não pagaram o imposto individualmente ou pela tesouraria de Judas em algum outro momento; e (2) o imposto era obrigatório, já que não era um imposto civil. Pelo menos, para Jesus não era obrigatório, porque ele era um rabi famoso e, como tal, podia pedir isenção. O que prova a malícia dos cobradores.

      Essa suposta evidência de uma idade juvenil para os apóstolos é simplesmente inconclusiva para tanto escândalo.

      Lucas, uma coisa é criticar as fontes tradicionais com provas qualificadas (testemunhas, documentos complementares, ícones, etc.); outra coisa é basear-se exclusivamente em evidência textual interna da Bíblia, que, convenhamos, não passa de interpretação pessoal.

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    10. Anônimo,

      O resumo afirma, com base fontes antigas, que São Pedro:

      - Foi à Roma pela primeira vez no segundo ano de Cláudio César e permaneceu sete anos lá;
      - Foi expulso de Roma, junto com todos os judeus, ao final dos sete anos;
      - Foi para Jerusalém (onde se reuniu com São Paulo) e, posteriormente, para os lugares referidos em 1Pe 1:1, inclusive a Bretanha.
      - No final da vida, ele retornou à Roma, para confrontar Simão Mago e restaurar aquela Igreja local.

      De modo que Lucas está certo quando diz que São Pedro foi à Roma no final da vida, mas ele se esquece que essa foi a segunda passagem, e não a primeira, de São Pedro. Lucas também está certo quando refuta a idéia que São Pedro ministrou por 25 anos em Roma.

      São Paulo não menciona São Pedro como residente em Roma, na Epístola aos Romanos, porque São Pedro estava exilado, porquanto expulso por Cláudio César, junto com os compatriotas judeus.

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    11. Rodrigo Silva Barros era protestante,mas converteu-se a Igreja Ortodoxa. Já vi embates entre ele e o Conde.

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    12. Há um tempo atrás eu procurei se já haviam considerado tiago como o discípulo amado, e cheguei a esse autor, Robert Eisenman, no livro James, brother of Jesus. Ainda não tive acesso ao livro, mas parece que ele foi um dos primeiros a propor essa teoria.

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    13. Já comentei sobre a explicação do Benson Commentary: ela apenas fortalece o entendimento da idade jovem dos discípulos, visto que na sociedade judaica era costume se casar em torno dos vinte anos ou até antes (vocês mesmos afirmam que Maria se casou com José com ainda 14 anos), então se apenas Pedro era chefe de família, era porque os outros eram bastante jovens. Já a explicação de Crisóstomo não tem sentido nenhum e entra em flagrante contradição com o texto bíblico, que é taxativo: “CADA UM DELES terá que pagar ao Senhor” (Êx 30:12). TODOS da idade de 20 anos para cima teriam que pagar o imposto, não apenas os primogênitos (v. 14). E mesmo que fossem apenas os primogênitos, haviam entre os discípulos vários primogênitos, como por exemplo Tiago filho de Zebedeu, que era indiscutivelmente o primogênito, e todavia não pagou o imposto.

      Sua outra tentativa de explicar o texto (sustentando que estavam apenas Jesus e Pedro, e os demais já haviam pago em outra ocasião) já foi rebatida no próprio artigo, onde eu escrevo:

      «Alguns, na tentativa de evitar essa conclusão, afirmam que nesta ocasião estavam Jesus e Pedro a sós, longe dos outros discípulos, e essa seria a razão pela qual Cristo teria pago o imposto somente seu e de Pedro. Os outros discípulos – presumem eles – estavam em outro lugar, e já teriam pago (ou ainda pagariam) o imposto. Contudo, essa lógica não encontra sustento no texto bíblico, que em parte alguma afirma que Jesus se retirou com Pedro em particular. Ao contrário, o verso 24 diz categoricamente: “Quando Jesus E SEUS DISCÍPULOS chegaram a Cafarnaum, os coletores do imposto de duas dracmas vieram a Pedro e perguntaram...” (v. 24). Ou seja, Jesus estava junto de todos os seus discípulos, e não em particular com Pedro. Pedro foi apenas o discípulo para quem os coletores de impostos escolheram para levantar a questão, presumivelmente por ser o mais velho dos discípulos e por não terem coragem suficiente de levantar voz ao próprio Mestre, e não alguém que estivesse em separado dos demais. Note ainda que os coletores de impostos perguntam se “o mestre DE VOCÊS paga o imposto do templo” (v. 24), e não se o “seu” mestre paga. É evidente que o uso do plural nesta ocasião só faria sentido se o discurso tivesse sido feito diante de todos, como a evidência aqui indica.»

      Não tem jeito: qualquer pessoa com a mente aberta e livre de pressupostos iria concluir que a evidência pesa muitíssimo mais para a tese dos discípulos jovens do que para a dos discípulos adultos. E esse é apenas um dos argumentos, entre tantos outros. Só o fato de a idade jovem ser o padrão dos discípulos judeus que os rabis chamavam, já deveria ser o suficiente. Posso estar enganado, mas acredito que nem sequer os Pais da Igreja entraram em um consenso quanto à suposta idade adulta dos discípulos. Isso me soa coisa da Idade Média, refletida em pinturas medievais, as mesmas que pintavam o diabo e o inferno de um modo bem ‘vívido’ que você e eu sabemos que é, no mínimo, exagerado, para não dizer fantasioso.

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    14. Você alega que eu ignoro “testemunhas, documentos complementares e ícones”, o que não é bem verdade. Eu sim, ignoro testemunhas, documentos e ícones QUE NÃO TENHAM CREDIBILIDADE HISTÓRICA, principalmente quando entram em contradição com os testemunhos mais antigos e credíveis, ou quando entram em contradição uns com os outros passando pouca confiança. Ora, qual o testemunho maior, mais seguro e mais confiável senão o da própria Escritura Sagrada, escrita a dedo pelos próprios seguidores diretos de Cristo e testemunhas oculares dos eventos, ou ao menos testemunhas de testemunhas? Mas o que você quer é que deixemos de recorrer aos testemunhos de fontes primárias, para seguir a especulação de Pais da Igreja e livros apócrifos de séculos mais tarde que jamais serviriam se fossem usados em um tribunal sério em uma causa qualquer, os quais ainda por cima entram em contradição consigo mesmos. O seu problema, repito, é que você pensa que qualquer coisa dita, escrita ou pintada no passado é automaticamente considerado “história”, com credibilidade total e sem chances de erro, e que as evidências de fontes primárias devem ser revistas à luz dessas fontes tardias, quando deveria ser justamente o oposto: as fontes tardias revisadas à luz das fontes primárias.

      Aliás, me faltou perguntar isso antes: por que você não segue os Pais da Igreja como você ama tanto fazer, e concorda com eles no que se refere, por exemplo, à tese de alguns Pais como Eusébio, de que o escritor das três cartas de João não era o apóstolo João, mas sim um outro João com o mesmo nome, que seria um mero presbítero? Por que ignora que os Pais da Igreja às vezes não tivessem certeza nem mesmo da autoria do próprio Apocalipse? Por que ignora que os Pais da Igreja por vezes distinguiam Pedro de Cefas, que seria um outro homem na Igreja, e contra esse outro homem é que Paulo repreendeu em Antioquia? E o que falar do “Jesus de 50 anos” de Irineu?

      Você zela por uma ortodoxia utópica de apego total à “tradição”, esquecendo-se de que os mesmos Pais da Igreja em que você se apoia são também aqueles que nunca, jamais e em circunstância alguma seriam considerados “ortodoxos” ou “tradicionais” se defendessem suas teses nos dias de hoje. Seria tão escandaloso ouvir alguns deles, quanto é para você me ver dizendo que João não é o autor do quarto evangelho.

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    15. O consenso da Tradição é o contexto do texto bíblico. Quando existe discordância entre um Pai e outro, é necessário assumir o ponto de vista de um e submetê-lo à evidência interna da Bíblia, sempre considerando o restante contextual da Tradição da Igreja (liturgia, ícones, homílias, documentos e epístolas colegiadas, etc). Por exemplo, há discordância quanto à interpretação do Apocalipse, e nenhum pronunciamento ecumênico da Igreja. Há Pais e documentos que são preteristas e outros que são futuristas. Neste caso, assume-se um ponto de vista e tenta-se prová-lo pela Bíblia.

      Em outras situações, há o consenso evidente. Por exemplo, eu sei que a sua teoria sobre o aniquilacionismo e a suposta inconsciência pós-morte é errada devido, entre outras provas, à Tradição expressa nos ícones da Anastasis e da Ressurreição. Esses ícones são celebrados globalmente, eles são uma óbvia expressão de consenso. Daí, são a Tradição.

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    16. Não deixa de ser uma surpresa engraçada ver você reclamando da discordância entre os Pais. Logo você que está fora do mainstream protestante com as suas idéias sobre o aniquilacionismo e essa agora da autoria do Evangelho de João, e olha que o protestantismo é nulo quanto à unidade. Um pouco mais de humildade viria a calhar, não?

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    17. “O consenso da Tradição é o contexto do texto bíblico. Quando existe discordância entre um Pai e outro, é necessário assumir o ponto de vista de um e submetê-lo à evidência interna da Bíblia, sempre considerando o restante contextual da Tradição da Igreja (liturgia, ícones, homílias, documentos e epístolas colegiadas, etc)”

      Veja que consciência teológica anêmica: em vez de condicionar os Pais da Igreja à Escritura, COMO OS PRÓPRIOS PAIS FAZIAM, você condiciona as Escrituras aos Pais da Igreja, o que é aberrante. Na prática, significa colocar a autoridade dos Pais acima da Escritura, o que é absurdo e grotesco. A Escritura é que inspirada por Deus e escrita por testemunhas oculares, é ela a fonte primária, e não a patrística (muito menos teólogos tardios, como esses que vocês se apoiam). A coisa chegou a um nível tão ridículo e tão grotesco, que só submetem algo à “evidência interna da Bíblia” quando existe contradição entre os Pais (o que na verdade acontece sempre, mas vocês não reconhecem por ignorância e pura teimosia), como se nas outras questões vocês nem precisassem de Bíblia pra resolver. Veja se na opinião de QUALQUER Pai da Igreja a mera opinião dos outros Pais bastava para definir uma doutrina, sem a evidência bíblica:

      http://lucasbanzoli.no.comunidades.net/os-pais-da-igreja-e-a-sola-scriptura

      “Em outras situações, há o consenso evidente. Por exemplo, eu sei que a sua teoria sobre o aniquilacionismo e a suposta inconsciência pós-morte é errada devido, entre outras provas, à Tradição expressa nos ícones da Anastasis e da Ressurreição. Esses ícones são celebrados globalmente, eles são uma óbvia expressão de consenso. Daí, são a Tradição”

      E desde quando um ícone sobre a RESSURREIÇÃO prova alguma coisa contra o aniquilacionismo? Você está mais por fora que arco de barril. Se tem uma coisa que os aniquilacionistas mais creem É EM RESSURREIÇÃO, doutrina aliás que é totalmente sem pé e nem cabeça na ridícula concepção imortalista na qual indivíduos que já estão no Céu ou no inferno tem que voltar a um corpo para então continuar no Céu ou no inferno como já estavam antes – e pensar que era apenas nisso que os escritores bíblicos defendiam e ressaltavam tão vigorosamente...

      Nem a doutrina aniquilacionista você conhece portanto, e ainda quer falar em ícones? O ícone por acaso mostra uma alma imortal saindo do corpo? Não sou especialista nenhum em desenhos ou em qualquer coisa relacionada a arte, mas se os meus olhos ainda funcionam bem, eu não vi nada disso ali. E de que data são esses ícones? Se são do século III em diante, estará chovendo no molhado. No meu livro sobre o tema eu provo que o aniquilacionismo foi a crença padrão dos Pais da Igreja até meados do século II, a partir de quando o imortalismo começou a entrar em cena e ganhar corpo na Igreja, ainda que de forma relutante e parcial, principalmente no início. “Consenso” é o que menos havia. A não ser que pra você “consenso” seja jogar no lixo o que os Pais da Igreja que viveram mais próximo aos apóstolos disseram, e se apoiar na fantasiosa unanimidade de Pais da Igreja de data tardia sem nenhuma ligação direta com os apóstolos ou discípulos de apóstolos. Um “consenso” de uma Igreja medieval depravada e corrupta é lixo. O consenso que vale é o dos apóstolos.

      Não tem jeito: quer refutar o aniquilacionismo decentemente? Ótimo, então me prove pela Bíblia, e não com os textos isolados que vocês sempre usam e que já foram explicados e refutados milhões e milhões de vezes; faça isso com uma exegese séria que eu nunca vi qualquer imortalista possuir – e quem afirma isso é um ex-imortalista. Comece refutando todo o meu livro, ou os três, são apenas 1.200 páginas para você se divertir. Agora, simplesmente alegar um “consenso” medievalista e achar que isso “refuta” alguma coisa, só se for piada mesmo.

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    18. “Não deixa de ser uma surpresa engraçada ver você reclamando da discordância entre os Pais. Logo você que está fora do mainstream protestante com as suas idéias sobre o aniquilacionismo e essa agora da autoria do Evangelho de João, e olha que o protestantismo é nulo quanto à unidade. Um pouco mais de humildade viria a calhar, não?”

      É nisso que dá permitir comentários de gente que cai de paraquedas no meio do debate e sai tirando tudo do contexto dando-lhe um sentido completamente diferente. Eu jamais exigi unanimidade alguma entre os Pais, até porque eu respeito profundamente o princípio de liberdade para interpretar, presente hoje no protestantismo como era presente entre os Pais, princípio esse que vocês atacam e exterminam, crucificando a liberdade de consciência em prol de um autoritarismo papal. O que eu disse é que apoiar um ponto de vista como sendo o verdadeiro APENAS por ser considerado o “ortodoxo” ou o “tradicional” é leviano e inconsistente, visto que os próprios Pais que vocês se apoiam para essa suposta ortodoxia da tradição foram bastante flexíveis, “não-ortodoxos” (nesta concepção do termo que vocês impõem) e “não-tradicionais” (idem) em tantas outras questões.

      Ou seja: o argumento de que X é verdadeiro porque X é a “tese tradicional” vale porcaria nenhuma. Por mim tanto faz se os Pais eram unânimes em algo (o que na prática se aplica a pouquíssimas doutrinas, e nenhuma particularmente romana) ou se discordavam em tudo, o que importa é para qual lado pesam as evidências bíblicas, e se algum Pai defendeu certo ponto de vista com uma exegese coerente à luz das Escrituras poderemos estudar essas evidências que serão de grande utilidade também, por que não? Mas simplesmente inferir que algo é verdadeiro por causa de um padrão moderno e anacrônico de “ortodoxia” é devaneio total. Entendeu agora ou será preciso desenhar? Lembre-se que eu sou ruim de desenhos.

      Mais uma coisa: nos comentários desse blog está suficientemente claro que eu não aceito ofensas, se você me acha soberbo ou sem humildade é problema seu, não é o que está sendo discutido aqui, debata argumentos e não pessoas. Aliás é engraçado que dos apologistas católicos 99% é tudo boca suja, malcriado e sem educação, que solta palavrão desde a mãe até a quinta geração, que esbravejam discursos de ódio e defendem atrocidades morais como Inquisição e Cruzadas, mas o “soberbo” aqui sou eu, é claro. Essa eu deixei passar com certa relutância, mas na próxima vou simplesmente ignorar o comentário e exclui-lo sem nem terminar de ler, como faço com outros fanáticos que de vez em quando passam por aqui. Não tenho tempo e nem interesse em debater qualquer coisa com gente sem preparo que precisa focar no aspecto pessoal em vez dos argumentos, não te conheço e nem te agredi previamente para ter que ficar aturando julgamentos mirins do tipo.

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    19. Como não tem botão curtir em blogs, vim apenas para isso. Parabéns, Lucas. Argumentou sem deixar lacunas, e finalizou as baboseiras que esse cara escreveu.

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    20. Eu nunca quis discutir sobre a tradição oral porque uma simples brincadeira de telefone sem fio me provou até o fim da vida que a transmissão oral de um segredo ou informação se adultera pelo caminho. Isso é tão óbvio que não há discussão. Mas descobri que existe gente que acredita em tradição oral. Pior, existe instituição que a coloca como um documento verdadeiro. Pior ainda, descobri que ela é colocada no mesmo patamar que escritos que perseveraram ao longo do tempo, como a Bíblia. Em princípio achei que fosse piada, mas eles insistindo nessa conversa mole, me fizeram escrever esse rol de perguntas que, caso apenas uma seja respondida, já vou achar um grande feito, sendo impossível que todas sejam respondidas. Dividi também em duas partes, uma com um número menor de perguntas, porém mais importantes, e outras perguntas em geral, pois já conheço a enorme preguiça que católico tem de ler, já que isso os fará abandonar a sua religião. Seguem as perguntas:

      Perguntas fundamentais
      1. Quem é o atual ouvidor e portador da tradição oral neste momento no mundo? Ou ela já foi totalmente escriturada?
      2. Como se dá essa transmissão da mensagem para o próximo portador da tradição oral?
      3. Como Jesus morreu aproximadamente na terceira década do Século I, as pessoas que presenciaram os fatos originariamente morreram no início do século II. Como essa informação original foi transferida para uma segunda geração de ouvidores?
      4. Que garantia pode ser dada de que a informação prestada foi perfeitamente transferida para um próximo?
      5. Qual documento, fato ou ensinamento de Cristo que respalda que essa informação tem o mesmo peso que a Bíblia?

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    21. erguntas diversas

      1. Quem é o atual ouvidor e portador da tradição oral neste momento no mundo? Ou ela já foi totalmente escriturada?
      2. Se ela foi totalmente escriturada, por que se chama ainda de oral? Quando ela foi finalmente escriturada? Qual foi o último portador da tradição oral que a transferiu para o papel?
      3. Que salvaguarda há para que a transferência da tradição oral para o papel foi fidedignamente feita? Qual garantia há de que a informação originalmente transmitida foi fielmente passada?
      4. Por que, se em nosso sistema jurídico, uma prova oral é considerada uma piada, sem peso nenhum para o processo, esta pode ser considerada como um documento no mesmo patamar que a Bíblia? Por que todo processo de perícia desconsidera provas orais, pela fragilidade das mesmas, e todo católico coloca a tradição oral com o mesmo peso documental que a Bíblia?
      5. Qual garantia pode ser dada de que uma simples falha humana extremamente comum, como uma perda de memória ou uma percepção equivocada de uma palavra não foram capazes de modificar a mensagem a ser dada? Como essa mensagem se manteve por séculos e séculos?
      6. Como o pecado, que é característico de todo homem, não pôde afetar a mensagem trazida em segredo ao seu portador, que poderia modifica-la a qualquer momento para benefício próprio, já que ninguém poderia acessar essa informação, a não ser ele próprio?
      7. Por que Deus usaria um meio tão precário para a transmissão de sua mensagem, meio já comprovadamente considerado frágil e suscetível a diversas formas de adulteração, e não a escrituração destas?
      8. Por que Deus teve o trabalho de construir uma tábua com os dez mandamentos, entregue a Moisés, sendo que ele poderia ter passado essa informação oralmente, e com a autoridade de Moisés ele transmitiria ao povo todo?
      9. Por que há diversas menções à importância da escritura na Bíblia, e nenhuma à tradição oral?
      10. Por que grupos que saíram de uma mesma religião, como os ortodoxos e os romanos, possuem tradições que se contradizem, sendo que ambos se dizem portadores da tradição oral?
      11. Em caso de conflito entre a tradição oral e a Bíblia, por que devemos ficar com a tradição oral, já comprovadamente falha em sua transmissão, e não com a escritura, um documento efetivamente melhor para o embasamento de questões?
      12. Por que todas as nações do mundo usam a escrita para definir leis e não o aviso oral, que para os católicos tem o mesmo peso que o que está escrito?
      13. Que garantia há de que aspectos conflitantes entre documentos escritos e orais possam ser dirimidos pelo o que está na tradição oral e não pelo que está nas escrituras?

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    22. Suas perguntas são cirúrgicas: atingem o coração do problema da tradição. Acredito que um católico sério não tenha conseguido sequer terminar de lê-las antes da cabeça entrar em parafusos. O mais engraçado é justamente isso: refutar a tradição oral é ridiculamente fácil. Só eles que não percebem, porque não querem admitir o óbvio (tal como qualquer fanático em alguma coisa).

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    23. Lucas, não acharia bem mais útil transferir as perguntas do Gustavo Soares para um artigo?

      Simplesmente excepcional!

      Não tinha lido antes

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    24. Sim, vou postar um artigo em cima disso com essas e outras perguntas nos próximos dias.

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  9. Por que Tiago e não um outro irmão?

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    1. Eu respondi isso no artigo. Tiago era o irmão mais velho de Jesus de acordo com a ordem das listas dos irmãos de Cristo, e o costume judaico era de entregar uma mãe viúva aos cuidados do filho mais velho, depois que o outro filho morria.

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  10. Olá Lucas!

    Cara, confesso que estou surpreso e admirado pela construção argumentativa imposta por vc, no artigo. Eu particularmente, reconheço que não tenho nenhuma condição de refuta-lo. Tentei isso, no primeiro artigo e não tive sucesso, essa, eu nem me arrisco. Parabéns!

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    1. Obrigado Neilom! Como eu disse no artigo, afirmar como sendo "certeza absoluta" como em uma precisão matemática nós não podemos fazer em função de limitações óbvias, apenas se o livro fosse assinado mesmo. Mas diante das evidências deixadas, podemos ligar os pontos e chegar a um consenso mais provável, tal como faz um perito ou detetive. E, neste quesito, as evidências apontam para Tiago. Abs!

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  11. Lucas!
    Eu já vou avisar que não tem muito a ver com o tema do texto, porém acho bastante pertinente: O Paulo Leitão fez um vídeo em defesa da Mãe de Deus Semíramis... ops, quis dizer maria, e ele citou uma fala de Jesus que me chamou a atenção, e embora eu infelizmente não lembro em qual evangelho se situa, lembro-me que fala sobre Ele ter dois lugares reservados para alguém, um à direita e outro à esquerda (o Porcão alega que um desses lugares seria de Maria, óbvio, e gostaria de saber se você conhece o versículo e o que significa.
    Deus abençoe!

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    1. Me perguntaram sobre isso há dias atrás com um print de um texto elaborado por ele onde ele apresenta essa "argumentação" brilhante. Segue abaixo a mesma resposta que eu dei na ocasião:

      O argumento é totalmente fraudulento. Primeiro que Jesus não disse "esse lugar", no singular, mas ESSES LUGARES, no plural. E também não disse que nenhum apóstolo estaria nestes lugares, nem mesmo disse que João e Tiago não estariam, só deixou claro que aquela reivindicação da mãe deles não era pertinente, foi uma forma de dizer que ele reserva esses lugares a quem ele quiser, sem ser coagido ou constrangido a nada. O texto do Salmo 45:9 está falando de uma rainha terrena e não de Maria, e a outra referência está errada, o texto só diz:

      "Diante dos nossos adversários fizeste-nos bater em retirada, e os que nos odeiam nos saquearam" (Salmos 44:10)

      Já o texto do Salmo 45:17 está falando de uma princesa e não de uma rainha (verso 13), e não fala nada de Maria, aliás afirma no verso anterior que ela tem FILHOS (verso 16), o que contrariaria o dogma da virgindade perpétua crido pela ICAR.

      Abs!

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  12. Muito bom cara. Parabéns. Agora faça um artigo sobre o autor da epístola aos Hebreus. Um dia eu perguntei a você, e você disse que era Lucas. Queria saber como você chegou nessa conclusão.

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    1. Hebreus é mais complicado. O que eu disse sobre Lucas era baseado no que um professor meu havia argumentado, e de modo bastante persuasivo. Como já faz quase um ano e minha memória não é muito boa, eu não me lembro de todos os argumentos que ele usou na ocasião, mas eu posso pesquisar sobre isso e então escrever um artigo. Abs!

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  13. E como vc explica o fato de Tiago, irmão de Jesus só ter virado cristão depois da morte e ressurreição de Jesus que foi quando Jesus apareceu a ele? Veja 1 Coríntios 7:5. Segundo o seu raciocínio o irmão de Jesus sempre foi cristão, mas a Bíblia diz que seus irmãos não criam Nele. Veja João 7:5.

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    1. Eu já respondi isso no artigo, o qual sempre recomendo a leitura antes de postar um comentário:

      «Contra a tese de que Tiago era o discípulo amado, pode-se alegar que ele era incrédulo, o que é verdade de acordo com o registro de João 7:5. E, como incrédulo, não podia ser considerado “discípulo”. Isso é verdade, mas ignora o fato de que esse registro é feito ainda no capítulo sete do livro, e depois não é mais dito em lugar nenhum que ele continuou incrédulo para sempre. Sabemos pelo relato de Atos 1:14 que por essa época os irmãos de Jesus já eram crentes, pois estavam em comunhão com os apóstolos. Portanto, embora a Bíblia não assinale especificamente em que dia que houve essa conversão, ela certamente ocorreu em algum momento entre João 7:5 e Atos 1:14.

      E aqui entra um detalhe desconcertante: parte nenhuma dos primeiros capítulos de João (ou seja, enquanto Tiago era ainda um incrédulo) é registrada a presença do “discípulo amado”. Ele só começa a aparecer nos capítulos que antecedem imediatamente a Ceia final, já perto do julgamento e condenação de Cristo (Jo 13:23), voltando a ser mencionado depois da ressurreição (Jo 20:2; 21:7,20), além é claro do momento ao pé da cruz, já mencionado (Jo 19:26-27). Ou seja: durante o período em que Tiago era seguramente um incrédulo, o “discípulo amado” não é mencionado, presumivelmente justamente em função do fato de que Tiago ainda não era um discípulo.»

      Quanto ao outro texto que você citou, é meio complicado achar Tiago nele:

      "Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio" (1 Coríntios 7:5)

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  14. Um calvinista me mandou isso. O que acha?

    "Alguns acreditam que a única base para dizer que há uma equivalência entre a circuncisão e o batismo é Colossenses 2:11-12. Isso não é verdade. Embora Colossenses 2:11-12 verdadeiramente estabeleça essa relação, Colossenses 2:11-12 não chega nem perto de ser a mais importante passagem para estabelecer essa relação. Colossenses 2:11-12 é simplesmente uma confirmação final do que já é dito por todo o Novo Testamento. O que é dito muitas vezes em todo o Novo Testamento é que o Novo Pacto, instituído por Jesus Cristo por meio de sua morte, é o cumprimento e realização das promessas do pacto abraâmico. Por exemplo, Gálatas 3:8 chega ao ponto de dizer que as promessas abraâmicas eram "o evangelho". E Gálatas 3:16-29 explicitamente ensina que os cristãos são receptores das bênçãos do pacto abraâmico, pois essas bênçãos são cumpridas e realizadas por meio de Jesus, o mediador do Novo Pacto. O que é dito sobre isso aos Gálatas , pode ser comprovado por ser facilmente demonstrado com base em quase todos os livros do Novo Testamento. Ora, se a circuncisão era o "sinal da aliança" abraâmica, se o Novo Pacto é simplesmente o cumprimento e realização das promessas abraâmicas, se as promessas abraâmicas eram "o evangelho" (Gálatas 3:8), então é absolutamente evidente que a circuncisão era, no Antigo Testamento, o sinal das mesmíssimas promessas que recebemos no Novo Pacto. E se o batismo é o sinal das promessas do Novo Pacto, então é absolutamente evidente que a circuncisão do Antigo Testamento é equivalente ao batismo do Novo Testamento. Por isso, Paulo se refere ao batismo exatamente no contexto do pacto abraâmico: "porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes... E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa". (Gal 3:27-29) Portanto, o que Colossenses 2:11-12 diz explicitamente, comparando o batismo com a circuncisão e chamando o batismo de "circuncisão de Cristo", é somente uma confirmação final do que já é dito por todo o Novo Testamento, que o Novo Pacto é o cumprimento e realização do mesmo EVANGELHO do pacto abraâmico. Para negar a equivalência entre a circuncisão e o batismo é necessário negar que o Novo Pacto seja o cumprimento e a realização do mesmo Evangelho que foi anunciado no pacto abraâmico."

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    1. Veja esse meu artigo sobre isso:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2013/08/o-batismo-e-circuncisao.html

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  15. Lucas vc conhece mais algum teólogo de renome que defenda isso que vc disse? Quem além de vc e uns agnósticos defendem que Tiago era o discípulo amado?

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    1. O Alon tem algumas referências bibliográficas de autores que já escreveram nesta direção, mas eu não escrevi este artigo baseado nestes autores mas sim no meu entendimento dos textos.

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  16. Lucas Banzoli seria um desperdício descomunal se você fosse um apologista católico. Sorte dos evangélicos que você debate do lado deles. E escreve muito bem. Você é um cara extremamente inteligente. Tem visão além do normal. Pode ver o que muitos não podem.

    Apesar de algumas divergências teológicas ainda mantemos nossa amizade, que vem de longa data, construída nos debates do velho Orkut, que você pode lembrar-se muito bem.

    E aqui estamos nós outra vez, Banzoli, com uma novíssima divergência, que na verdade vem contribuir muitíssimo para acrescentar conhecimento bíblico para inúmeros cristãos. Isso é que torna esse debate vantajoso, diante de um assunto altamente controvertido e confuso. Permita-me discordar do seu artigo, mas acredite: é por motivo justo.

    Tiago era uma figura altamente considerada em Jerusalém. Por esse motivo podemos crer piamente que ele residia na cidade mesmo antes da crucificação. Ele tinha ali sua base (Atos 21:18) de atividades e, certamente, era bem visto pelo sinédrio. Há um relato extra bíblico confirmando que Tiago era um dos poucos que tinha acesso ao santo dos santos. Sua influência era tão forte, que mesmo depois da ressurreição de Jesus ele ainda permanece ligado aos da lei, e praticando a lei. Ou seja, suas atividades como membro da Igreja podia ainda agradar ao Sinédrio.

    Leia o registro com Paulo e observe como Tiago era influenciável. Ele diz a Paulo que muitos já sabiam da chegada dele em Jerusalém; e segue dizendo a Paulo que os judeus “acerca de ti foram informados de que ensinas todos os judeus que estão entre os gentios a apartarem-se de Moisés, dizendo que não devem circuncidar seus filhos, nem andar segundo o costume da lei.

    Que faremos pois? em todo o caso é necessário que a multidão se ajunte; porque terão ouvido que já és vindo.

    Faze, pois, isto que te dizemos: Temos quatro homens que fizeram voto.

    Toma estes contigo, e santifica-te com eles, e faze por eles os gastos para que rapem a cabeça, e todos ficarão sabendo que nada há daquilo de que foram informados acerca de ti, mas que também tu mesmo andas guardando a lei”, Atos 23:22-24.

    Se pesquisarmos vamos encontrar inúmeros detalhes que nos revelam como Tiago era visto pelo Sinédrio. Ele não era visto como uma pessoa comum e, possivelmente, tirava seu sustento de suas atividades religiosas. Por esse motivo, e muitos outros, Tiago não se encaixa na identidade do discípulo amado, pois o discípulo amado estava pescando com alguns discípulos no mar de Tiberíades (João 21:1-4).

    Um dos poucos homens que tinha autorização para entrar no Santo dos Santos estava lançando rede junto com os discípulos atrás de peixe!

    E outro detalhe importantíssimo: “Ele nem mesmo apareceu para reclamar o corpo do irmão, mesmo com tanta influência”. Como irmão mais velho, sendo Maria viúva, deveria ser dele a responsabilidade de cuidar do enterro.

    Continua...

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    1. Caro Al Franco, se me permite, posso entrar na discussão com você. Vou apresentar algumas ideias, e caso você queira discutir, esteja à vontade. Caso não queira, nem precisa responder, e entenderei que isso é apenas uma recusa à discussão, e não uma possível fuga à discussão, mesmo porque esse blog é do Lucas, e eu sou apenas um palpiteiro costumaz.
      Eu li a sua argumentação e acho que ela só reforça a possibilidade de Tiago ser o discípulo amado. A meu ver, ele ser conhecido do Sinédrio permite que ele seja o discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote. Essa dúvida é sanada nesse caso. Mesmo que ele consiga o seu sustento de atividades religiosas, o que não é uma certeza, ele poderia ter abandonado essa atividade, a partir de uma conversão sincera a Cristo, e entre o momento do encontro com o Sumo Sacerdote e a pescaria, ele ter se entregado a Cristo e abandonado o seu vínculo com o Sinédrio e, por isso, queria uma proximidade com os discípulos ou mesmo ter que fazer alguma atividade considerada menos nobre mas que pelo menos garantisse seu sustento. Portanto, não vejo essa narrativa como contrária à possibilidade de Tiago ser o discípulo amado.

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  17. Vamos adiante nas pistas: O discípulo amado quando esteve no túmulo com Pedro imediatamente creu na ressurreição de Jesus (João 20:1-10), mas Tiago parece que não creu. Podemos inferir que um apelo confirmação da ressurreição tenha chegado aos seus ouvidos, e por esse motivo ele jurou que “não comeria pão a partir do momento em que bebeu do cálice do Senhor até que ele O visse novamente, ressuscitado dos mortos". (Evangelho aos Hebreus). Isso se assemelha ao que aconteceu com Tomé quando lhe disseram do Senhor ressuscitado: “Só vou crer se ver as marcas dos pregos”.

    Um dos maiores obstáculos para crermos ser Tiago o discípulo amado está nos registros da crucificação. O discípulo amado esta perto da cruz. Jesus o localiza ali: “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava ESTAVA PRESENTE, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho”, João 19:25, 26.

    Na primeira frase (v. 25), lemos uma lista de mulheres em pé junto à Cruz de Jesus. Na segunda frase (v. 26), o escritor parece referir-se à mencionada lista de mulheres na Cruz, quando chama uma delas de "discípulo a quem Jesus ama". Qualquer leitor desprovido de preconceito tradicional, poderia facilmente assumir que o discípulo amado é uma das mulheres que estão junto à cruz com a mãe de Jesus.

    Vamos eliminar a mãe de Jesus porque ela é citada ao lado do discípulo amado. Maria Madalena não pode ser, pois no registro do sepulcro vazio, ela tem um diálogo com Pedro que está acompanhado do discípulo amado: “E NO primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro. Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram. Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro”, João 20:1-3.

    Sobra apenas uma pessoa: A Mulher de Cleofas. Veja meu comentário aqui: http://heresiascatolicas.blogspot.co.uk/2017/02/nao-joao-nao-escreveu-o-quarto-evangelho.html#comment-form

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  18. O discípulo amado e o OUTRO discípulo

    Quero aqui reverter uma afirmação minha diante do Neilon, que deixou um comentário no outro artigo com relação ao discípulo amado e o OUTRO discípulo citado em companhia de Pedro na casa do sumo sacerdote. O Neilon separou os dois, alegando que podem não ser os mesmos.

    A interpretação comum alega que esse OUTRO discípulo é o mesmo referido como o discípulo amado. Parece que não sãos os mesmos. O Neilon deixou algo intrigante quando observou a falta de duas palavras quando o texto aponta para esse discípulo na casa do sumo sacerdote. Ele é referido como o OUTRO discípulo, mas em todas as duas citações não vemos as palavras “discípulo amado” como nas referências de João 20 e 21. Veja depois da prisão no jardim:

    “E Simão Pedro e OUTRO discípulo seguiam a Jesus. E este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus na sala do sumo sacerdote”, João 18:15. Aqui ele aparece apenas como “outro”. Ou seja: alguém que estava junto com Pedro.

    Quem poderia se atrever a voltar na casa do sumo sacerdote nessas alturas dos acontecimentos, entrar com toda liberdade, a não ser Judas? Vou provar que é ele, mas antes vou colocar aqui as outras duas referências ao OUTRO discípulo.

    Ele coloca Pedro pra dentro: “E Pedro estava da parte de fora, à porta. Saiu então o OUTRO discípulo que era conhecido do sumo sacerdote, e falou à porteira, levando Pedro para dentro”, verso 16.

    Agora veja o que a porteira fala. Ela parece fazer referência ao OUTRO quando cobra de Pedro: “Não és tu TAMBÉM dos discípulos deste homem? Disse ele: Não sou”, verso 17.

    Parece que o OUTRO discípulo era uma figura fácil no meio deles. Bastou ela perguntar se Pedro, como o OUTRO discípulo, era TAMBÉM discípulo de Jesus.

    Agora veja quem ainda está no meio dos judeus no outro dia de manhã, após o julgamento: Judas!

    O registro encontra-se em Mateus 27

    “1 E, CHEGANDO a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos do povo, formavam juntamente conselho contra Jesus, para o matarem;

    2 E maniatando-o, o levaram e entregaram ao presidente Pôncio Pilatos.

    3 Então Judas, o que o traíra, VENDO que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos,

    ELE VIU por que estava do lado de dentro!

    4 Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo.

    5 E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.

    Enquanto isso os outros discípulos estavam trancafiados em algum lugar em Jerusalém com medos dos judeus.




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    1. Nossa alon eu cheguei treme com seu comentário. Fantástico

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    2. Pelo que eu entendi, a refutação da autoria de João era ser conhecido do Sumo Sacerdote. Se o conhecido do Sumo sacerdote era Judas Iscariotes e não o discípulo amado, qual outra argumentação contra a autoria de João?

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    3. Tem algo bem interessante no primeiro artigo, postado recentemente. Vocês podem encontrar um longo comentário no fim da página.

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2017/02/nao-joao-nao-escreveu-o-quarto-evangelho.html?showComment=1496089267253#c1760056121068698199

      Alon

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    4. "Pelo que eu entendi, a refutação da autoria de João era ser conhecido do Sumo Sacerdote. Se o conhecido do Sumo sacerdote era Judas Iscariotes e não o discípulo amado, qual outra argumentação contra a autoria de João?"

      É desonestidade ler os dois artigos e ainda dizer que o único argumento é o do sumo sacerdote. Qualquer um que tenha lido os artigos pôde perceber que este não é nem o principal, e muito menos o único argumento. E nem precisa voltar a ler todo o artigo passado; basta ler os breves tópicos que coloquei aqui em vermelho - só dois tem a ver com o sumo sacerdote. E eu em momento nenhum endossei a tese do Alon de que é Judas e não o discípulo amado naquele texto. Inclusive refutei uma objeção sobre isso que pode ser lida aqui:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2017/02/nao-joao-nao-escreveu-o-quarto-evangelho.html?showComment=1487798792544#c3860428326029073687

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    5. Se quiser usar o argumento de que João não era conhecido do sumo sacerdote pode lancar mão do mesmo contexto de atos 4 e 5. Observe no refgistro a reação dele na presença de João.

      Aquele que entrou na sala do sumo sacerdote não era Joao.

      Alon

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  19. Lucas, levado em conta SOMENTE o estilo literário, o quarto evangelho não PARECE improvável ter sido escrito por Tiago?

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    1. Isso eu expliquei no artigo:

      «O outro argumento que pode ser levantado contra a autoria de Tiago é a diferença no estilo entre o quarto evangelho e a carta de Tiago. Em primeiro lugar, é necessário observar que este não é um argumento conclusivo, uma vez que o Apocalipse de João é tanto em termos de estilo como em termos gramaticais profundamente diferente do quarto evangelho e também das três cartas de João, e nem por isso os adeptos da tese tradicional deixam de crer que foi ele quem escreveu todos esses livros. Uma pessoa pode apresentar diferentes estilos de escrita dependendo do gênero literário que escreve e da época de vida (dificilmente alguém permanece escrevendo exatamente igual dentro de um espaço de vinte ou quarenta anos, quando se desenvolvem muitas novas características e se perdem outras).

      Mas no caso específico do quarto evangelho, há ainda uma outra explicação razoável: ele pode não ter sido quem escreveu o livro em si. O que dá margem a essa interpretação é o penúltimo verso da obra, que diz:

      “Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as registrou. Sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” (João 21:24)

      A parte que diz: “este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas” está realmente falando do discípulo amado, mas a parte que acrescenta: “sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” pode não ser, uma vez que parece que ele está se referindo a um outro sujeito. Ao que parece, Tiago deu testemunho daquelas coisas e as registrou oralmente ao escritor do quarto evangelho, que escreve baseado nesse testemunho. É por isso que ele diz que “sabemos que o seu testemunho é verdadeiro”, como alguém que quer passar credibilidade a uma outra pessoa, em vez de dizer que “o meu testemunho é verdadeiro”, ou que “estou dizendo a verdade”. Se assim for, então Tiago é o autor dos registros (acontecimentos), mas não da escrita em si, que preserva as características literárias de outra pessoa que as redigiu (talvez um escriba ou outra pessoa). Da mesma forma que Paulo pode ser considerado o autor de suas treze cartas, embora na grande maioria das vezes não era ele quem as escrevia (cf. Rm 16:22).

      Mesmo que tenha sido o próprio autor falando de si mesmo na terceira pessoa, isso ainda não invalidaria o fato de ser Tiago, uma vez que uma mudança em estilo literário não invalida uma mesma autoria. Se assim fosse, Pedro jamais poderia ser considerado o autor de suas duas cartas, uma vez que ambas apresentam diferenças gritantes, incomparavelmente mais profundas que as diferenças entre o quarto evangelho e a epístola de Tiago. E enquanto a segunda carta não se parece em nada com a primeira, ela ainda é bastante similar à de Judas – o que, no entanto, não anula o fato de se tratarem de autores distintos.»

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  20. Lucas, já que a autoria do quarto evangelho é apenas suposta, quem você admite como provável discípulo amado além de Tiago e excluindo João?

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    1. Os outros mencionados no final do artigo, embora com bem menos chances devido às razões que eu expus no próprio texto.

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  21. Muito interessante, bem que desconfiava de Tiago irmão do Senhor! Os católicos e muitos sites costumam confundi-lo com Tiago filho de Alfeu um dos 12 até mesmo por causa da dificuldade de aceitar que o irmão do Senhor seja filho de José(esposo de Maria) e não sobrinho.Flávio Josefo e Eusébio narra o que aconteceu com Tiago,mas ainda não encontrei nenhuma fonte dos primeiros séculos que descreva sobre as obras e destino do filho de Alfeu. Se puder me indicar alguma fonte, agradeço!Tenho aprendido muito com o teu blogs, Deus te abençoe!
    Henrique

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    1. Infelizmente há realmente pouca informação sobre a vida de Tiago, em grande parte devido ao Proto-Evangelho de Tiago que hoje sabemos se tratar de uma falsificação do século II mas que alguns Pais da Igreja não sabiam e por isso tomavam como verdade que ele era um filho de José de um outro casamento, enquanto outros aderiam à tese de Jerônimo (de que era um primo) e outros pensavam ser realmente um irmão de Jesus. Sobre as evidências históricas em favor deste último ponto, veja aqui:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/01/mais-evidencias-do-terceiro-tiago.html

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/05/o-terceiro-tiago-provado-historicamente.html

      E sob uma perspectiva bíblica:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2016/05/as-provas-incontestaveis-do-terceiro.html

      Abs!

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  22. Olá Lucas parabéns excelente texto como sempre,mas me ficou uma dúvida,se o autor do quarto evangelho foi Tiago,por que está escrito como se fosse João?E outra dúvida que tenho em relação a outro assunto é sobre o significado de Iscariotes,segundo Eusebio de Cesareia,Iscariotes seria uma referência a Queriote,que seria a cidade natal de Judas,mas há outras interpretações que indicam que signifique sicário,a facção mais extremista dos zelotes,que eram guerrilheiros,terroristas que faziam uma resistência violenta ao Império Romano,acreditas que Judas era sicário,zelote?

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    1. Olá, de acordo com a Concordância de Strong (2469), “Iscariotes” significa “homens de Keriote”, então é uma referência à cidade mesmo, aos homens daquela região. Sobre a outra questão, por que o evangelho parece ter sido escrito por João?

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    2. Respondendo ao Gabriel, ele foi chamado de evangelho de João porque se considerava este o autor na antiguidade. Como não estava claro quem era o autor e deveria se atribuir a alguém, o mais provável, à época, era João. Mas hoje, com o incremento da informação, pode se questionar se isso é verdadeiro mesmo, o que não modifica em nada a verdade bíblica.

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  23. Lucas, Cristo literalmente desceu ao inferno antes de subir aos céus? Como foi isso?

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    1. Não, isso é mito criado pela teologia imortalista que confunde Hades com inferno pensando ser a mesma coisa, e então concluem que Jesus foi ao inferno por causa de textos como Atos 2:27 (que fala do Hades). Cristo não foi ao "inferno" (do grego geena, que ainda está para ser inaugurado), mas ao Sheol, o termo designado entre os hebreus para a sepultura comum e universal da humanidade, para onde todos vão até a ressurreição.

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  24. Lucas boa noite! Queria saber de forma concreta e quais foram os dados primários da idade de cada apóstolos quando foram chamados por Cristo. onde você tirou essas conclusões?poderia citar a idade de cada apóstolos em detalhes?e também queria saber se cada apóstolos eram líderes de qual cidade cada um deles?Abs!

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    1. Afirmar a idade de cada apóstolo em específico não é possível, apenas se a Bíblia dissesse. Mas a partir dos dados bíblicos é possível chegar facilmente à conclusão de que eram todos muito jovens, à exceção de Pedro. Essas evidências bíblicas eu passo neste artigo:

      http://ocristianismoemfoco.blogspot.com.br/2016/02/a-idade-dos-discipulos.html

      Sobre as cidades em que cada apóstolo pregou, Eusébio em sua História Eclesiástica no século IV nos passa uma lista, embora não compreenda a totalidade dos apóstolos. Sua obra digitalizada pode ser vista no link abaixo, e a página onde ele cita alguns é a 52:

      http://www.faberj.edu.br/downloads/biblioteca/teologia/Eusebio_de_Cesareia.pdf

      No século seguinte, Jerônimo passaria uma lista mais completa em sua obra "Dos Homens Ilustres", que pode ser conferida aqui:

      http://www.newadvent.org/fathers/2708.htm

      Infelizmente, pelo fato dessas listas serem de séculos depois dos acontecimentos, não é possível saber com precisão se eles acertam em tudo, e é bem provável que hajam erros, mas de uma forma geral serve de orientação para os estudiosos da área. Abs!

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  25. Lucas a Bíblia mostra que houve momentos que tentaram jogar Jesus do penhasco e Ele passava no meio das pessoas sem as pessoas poderem tocar nele. Como entender isso? Dá a entender que parecia um fantasma ou ia se teletransportando no meio entre as pessoas.

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    1. Ele pode ter aberto espaço fisicamente, como alguém que se esquiva de outras pessoas em uma multidão, ou então Deus arrebatou Jesus para outro lugar da terra assim como fez com Filipe em Atos 8:39-40, visto que Jesus corria risco de morte e ainda não era chegada a sua hora.

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    2. Estranho Jesus abrir espaço fisicamente diante de muitas pessoas, pois seria fácil de pegar ele diante de muitas pessoas. Dá a entender que ele passou no meio das pessoas como se fosse um fantasma.Onde vc viu essas explicações suas que vc deu agora?

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    3. Arrebatar seria Jesus sair voando praticamente... Vi um blog dizer que Jesus podia ficar invisivel nesses casos dele passar entre as pessoas. O que vc acha?

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    4. Acho difícil, nunca vi na Bíblia algum caso de alguém ficando invisível. E se Deus tinha o costume de arrebatar pessoas às vezes, seria muito mais prático do que torná-la "invisível". A gente tem a tendência de pensar que arrebatamento significa "sair voando" por causa do arrebatamento na volta de Jesus que será para as nuvens, mas o termo arrebatamento em si não implica necessariamente em algo "pra cima", significa apenas ser deslocado de um local para outro, de uma forma mais coerciva ou não-natural.

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  26. Lucas me mostre o versiculo que ensina que o nome da pessoa é escrito no livro da vida quando ela nasce de novo, porque até agora eu não achei esse versiculo.

    O texto de Apc 17:8 fala de pessoas que não tiveram seus nomes escritos no livro da vida desde a fundação do mundo. Isso dá a entender que na fundação do mundo Deus escreveu nomes no livro da vida de quem ele queria salvar e não escreveu nomes no livro da vida de quem ele queria condenar. Como vc interpreta Apc 17:8?

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    1. Eu respondo sobre isso no último tópico deste artigo:

      http://apologiacrista.com/como-entender-a-predestinacao

      Resumidamente:

      a) Calvino cria que os nomes eram escritos desde antes da fundação do mundo, porque a predestinação ocorria antes da fundação do mundo. Mas o texto bíblico diz que é DESDE A fundação do mundo e não antes disso.

      b) Esse "desde a" fundação do mundo não significa que logo no primeiro segundo de criação da terra os nomes foram escritos todos juntos ao mesmo tempo. Em vez disso, significa que A PARTIR DAQUELE MOMENTO os nomes começariam a ser escritos. Seria como se eu dissesse que "desde a redemocratização do Brasil, foram eleitos quatro presidentes". Isso não significa que os quatro presidentes foram eleitos no mesmo instante da redemocratização do país, mas sim que a partir daí se deu início ao processo de eleição dos novos presidentes.

      c) Uma forte evidência de que Deus escreve os nomes a partir do momento da conversão é o fato dEle apagá-los quando ocorre a apostasia. Diante dos diversos textos que mostram Deus apagando nomes do livro da vida, torna-se sem sentido a alegação de que Ele os escreve todos juntos ao mesmo tempo num mesmo momento, seja antes da fundação do mundo ou imediatamente na criação. É mais coerente pensar que ele escreve quando ocorre a conversão, e apaga quando ocorre a apostasia, porque é nestes momentos que a pessoa é salva ou perde a salvação (ainda que Deus já soubesse disso de antemão).

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    2. E que mal teria Deus escrever os nomes no livro da vida antes da fundação do mundo se a eleição segundo o arminianismo é pela pre-ciência? Ou seja, Deus escreveu os nomes daqueles que ele já sabia por sua presciencia que seriam salvos. O que é então essa eleição por pre-ciência?

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    3. "Mal" não teria. Apenas iria contra a clareza do texto bíblico em questão.

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    4. Mas o que é eleger alguém pela pré-ciência? Deus olha no futuro e elege a pessoa sabendo se ela creria ou não? A eleição não fica por mérito nisso ?

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    5. A eleição é corporativa e não individual. Eu não creio nesse tipo de eleição que você diz. Escrevi sobre isso aqui:

      http://apologiacrista.com/como-entender-a-predestinacao

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    6. Isso eu sei que a eleição é corporativa. Mas o que é essa tal eleição pela pré-ciencia que o arminianismo defende baseado em 1 Pedro 1:2.O que é Deus eleger alguém com base na pre-ciencia? É Deus olhar no futuro e ver se a pessoa será salva ou nao?

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    7. Se você quer saber a opinião dos arminianos em geral é essa mesmo, Deus prevê a fé da pessoa e então elege ela para a salvação, o que eu acho totalmente sem sentido já que se Deus já viu que a pessoa seria salva então não teria lógica ainda "predestinar" ela a este mesmo fim que ela já teria de qualquer jeito. Por isso eu creio na eleição corporativa e não em qualquer tipo de eleição individual, exceto para o ministério em alguns casos específicos.

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  27. Protestante Cearense4 de junho de 2017 às 21:17

    Lucas, a paz irmão!Estou entrando pela primeira vez no seu blog e achei lendo que inicialmente alguns artigos seus , mesmo sendo poucos , mas tô gostando da sua argumentação plausível...uma pergunta que te faço é possível uma pessoa ser genuinamente seguidor de Jesus sem se filiar em alguma denominação verdadeira por muito tempo e ter uma espiritualidade saudável, isso irmão não é contrário o que as escrituras nos diz:que a instituição é local de nós nos reunirmos e também sermos ensinados, disciplinados,repreendidos e exortados submetendo ao verdadeiro pastor que tem compromisso com a verdade(Hb13.7;10.25;Sl84.10;122.1;11.4;Lc24.53;At5.42;2.46-47;13.1;Ef4.11).Abs!

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    1. Eu concordo, a igreja local é o lugar onde somos ensinados, disciplinados, repreendidos e exortados, e a Bíblia nos admoesta a nos congregarmos como igreja (seja em casas ou em templos), tal como os primeiros cristãos faziam com frequência. Mas isso também não significa que não congregar por muito tempo implicará que a pessoa já está totalmente condenada ao inferno sem chances de salvação, é preciso analisar caso a caso. Eu diria que longe da igreja (comunhão com os irmãos), vivendo de forma isolada, a pessoa estará mais propensa a cair em tentações e a se esquecer das coisas de Deus, isso é o pior de não congregar. Mas se não há nenhum lugar perto onde haja uma igreja decente (como conheço alguns casos de algumas pessoas) e por isso não tenha onde congregar, Deus não vai condenar essa pessoa, pois ele levará em conta as intenções do coração dela e compreenderá suas razões. O mais importante seria continuar orando, louvando e estudando a Palavra mesmo longe da comunhão com os irmãos, para não deixar a chama do Espírito apagar no seu interior. Abs!

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  28. Lucas, a paz querido irmão!...sou natural de Campinas-SP. Estou passando por uma fase delicadíssima irmão , por que fui diagnosticado com câncer no sangue conhecido como leucemia...estou abatido,angustiado,com medo e fraco , mas mesmo assim tenho me apegado a oração e a Bíblia com todas as minhas poucas forças, me ajude em oração como diz as escrituras as orações dos justos podem muito em seus efeitos...interceda por mim por mim sabe Lucas é a pior fase da minha vida nos meus 35 anos...eu me chamo Henrique Vasconcelos, eu coloquei meu nome pra você apresentar a Deus falando o meu nome entende irmão...estou debilitado pesava 75kg e agora estou com 60, já que tenho 1,80 de altura.Eu já entreguei nas mãos de Deus faça conforme a sua vontade, se de fato ele não me curar, com certeza estou pleno da minha salvação e convicto como disse o Apóstolo Paulo combati o bom combate , acabei a carreira e guardei a fé!Fique com Deus.

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    1. Olá Henrique, muito triste essa situação, mas pode contar com as minhas orações de hoje em diante. Eu não conheço nada de medicina mas pesquisando sobre isso na internet vi que sua doença tem cura, então não desista de lutar, um dia você poderá olhar para trás e ver que esse foi apenas um mal momento que foi superado pela graça de Deus, e que servirá de estímulo para superar os novos desafios que você tiver pela frente. E, como você mesmo disse com muita maturidade e sabedoria, mesmo que isso não aconteça você está certo de seu destino e por isso pode ficar em paz. Mas não desista antes de lutar até o fim, volte a comer e a praticar as atividades cotidianas, ter vontade de viver é fundamental para superar essa fase, não entregue os pontos antes da hora. Abs!

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    2. Vou orar por você também Henrique. Siga firme e não desanime.

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  29. Por que os católicos querem ignorar os fatos históricos que antes da inquisição eclesiástica romana que se deu por volta em 1231 d.c, do qual eles alegam que antes quem julgava eram os Imperadores, ou seja, o Estado e por isso eles dizem que os líderes romanos os papas da época não tinham culpa nenhuma...será mesmo Lucas?

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    1. Tudo mentira. Veja uma resposta resumida neste artigo:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2015/12/o-cao-de-guarda-da-inquisicao.html

      De forma mais detalhada, eu respondo isso no meu livro sobre o tema, ainda em construção, cujos capítulos já feitos você pode conferir em artigos individuais nesta tag:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/search/label/Inquisição

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  30. Achei interessante sua conclusão, duas perguntas: seria possível João ter participado na redação do Evangelho? É realmente estranho pensar que João faria trabalho de "peão" sendo ele também uma testemunha ocular, mas como bem mais novo e menos respeitado que Tiago (e provável menor experiência durante o ministério de Cristo), torna-se um fato menos peculiar. Isso explicaria o erro crasso de Irineu (mais familiar com a tradição de João, por ser discípulo de Policarpo), e outros pais, em assumir a identidade do discípulo amado em João. Deu-se por uma provável confusão entre testemunha principal e autor.
    A segunda pergunta diz a respeito à data do Evangelho. A estimativa mais aceita hoje é entre 90d.c., mas qual é seu posicionamento?

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    1. Essa data de 90 d.C é presumindo que João tenha sido o autor do quarto evangelho (na verdade a data seria 95 d.C, quando ele teria saído da ilha de Patmos). Ou seja, eles presumem que João teria escrito todas as suas cartas, o evangelho e o Apocalipse mais ou menos ao mesmo tempo, dentro daqueles anos entre 95 d.C até sua morte no final do século. Mas isso é apenas uma presunção, uma afirmação que parte de um pressuposto, ao que tudo indica, errôneo.

      Eu já pensei nessa tese que você colocou, mas não tenho muita expectativa em relação a ela justamente por isso, já que João como testemunha ocular dificilmente iria se limitar a registrar os "oráculos de Tiago". Embora segundo a tese tradicional, Marcos escreveu seu evangelho baseado nos relatos de Pedro, e depois Mateus, uma testemunha ocular, basicamente "copiou" Marcos, o que também não faria sentido. A alternativa no caso de Tiago/João seria de Tiago ter redigido a parte final (uma tese que o Alon propôs como alternativa em um de seus comentários, baseado no trecho final do livro), mas não o livro como um todo. Mas mesmo neste caso, o discípulo amado continuaria sendo ele, apenas não seria ele quem escreveu o livro em si.

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  31. Lucas, a paz em Cristo!Irmão queria saber por curiosidade as construções de templos no novo testamento, existem alguma evidências concretas históricas e bíblicas que os Apóstolos construíram igrejas e se de fato tem alguma veracidade arqueológica?Abs!

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    1. Não construíam, porque naquela época eles sofriam forte perseguição e por isso não podiam se expor deste jeito, em templos que chamassem a atenção das autoridades romanas. Por isso se reuniam em casas, como vemos nos textos bíblicos:

      “Saúdem os irmãos de Laodiceia, bem como Ninfa e a igreja que se reúne em sua casa” (Colossenses 4:15)

      “À irmã Áfia, a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e à igreja que se reúne com você em sua casa” (Filemom 1:2)

      “As igrejas da província da Ásia enviam-lhes saudações. Áqüila e Priscila os saúdam afetuosamente no Senhor, e também a igreja que se reúne na casa deles” (1ª Coríntios 16:19)

      “Saúdem Priscila e Áqüila, meus colaboradores em Cristo Jesus. Arriscaram a vida por mim. Sou grato a eles; não apenas eu, mas todas as igrejas dos gentios. Saúdem também a igreja que se reúne na casa deles” (Romanos 16:3-5)

      E pelo fato de serem simples casas, não faz sentido falar em "provas arqueológicas", já que a arqueologia apenas iria descobrir uma casa, sem poder saber se essa casa alguma vez foi usada para fins de cultos religiosos ou não. Abs!

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  32. Lucas amado irmão, falando do tema que não tem nada haver com o título que você colocou...mas uma dúvida que tenho com o tema que está sendo bastante discutido nas escolas e universidades principalmente é um projeto que pode ser aprovado que o Escola sem Partido, alguns falam ser a favor devido a doutrinação ferrenha Marxista que são ensinadas abertamente, mas por outro lado corremos o risco também de querer doutrinar assuntos religiosos.o que você acha irmão?Se for aprovado esse projeto não será perigoso?Fique na graça do Senhor Jesus!

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    1. O Projeto sem Partido é excelente, é um dos únicos jeitos de pelo menos tentar começar a acabar com a doutrinação marxista nas escolas. E até onde eu sei, nesse projeto consta que as escolas de confissão religiosa poderão continuar ensinando segundo a sua confissão, e o ensino público continuará laico. Ou seja, na prática esse projeto não muda nada em termos religiosos. Abs!

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  33. Lucas,a paz!Estou entrando no seu blog pela primeira vez.Queria que você tirasse algumas dúvidas que tenho no meio cristão tão ramificados, fragmentados infelizmente.A semana passada assisti no youtube um vídeo de um Pe.Ortodoxo chamado Matheus que ele fala que existem várias ramificações na própia igreja Ortodoxa a mais conhecida é a da Rússia e da Grécia...mas existem outras dos quais essas duas correntes tem divergências teológicas conta a romana.Eu queria saber quantos livros apócrifos eles possuem e também quais são os nomes desses livros e também de outros Ortodoxos entende ? Se for possível com detalhes se conseguir fico agradecido e outra pergunta é como é que esses Ortodoxos acreditam que a salvação é pelas obras e não só pela fé, no meu entender eles estão de certa forma "destruindo os princípios elementares primários da salvação", você não acha irmão? e outra coisa a palavra de Deus diz quem subtrair ou adicionar livros além daqueles que já foram fechados pelo cânon não entraria no eternidade com Deus, ou seja, perderia a salvação e na sua opinião como fica esses irmãos Ortodoxos?e falando de salvação uma vez eu o vi no youtube o Teólogo e Jornalista Leandro Quadros da IASD falando que crer piamente na salvação pelas obras ou obras junto com a fé irá perder totalmente a salvação por mais piedosos que as pessoas sejam, o que você acha sobre isso, o Leandro falou a verdade ou exagerou?

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    1. Olá, sobre os livros que a Igreja Ortodoxa tem a mais nas Bíblias deles, veja aqui nessa lista:

      https://pt.wikipedia.org/wiki/Livros_da_Bíblia

      Sobre a questão da salvação pelas obras, eu não sei se o Leandro Quadros disse isso mesmo, mas se a pessoa crê por ignorância que a salvação é por obras mas no interior do coração ela tem uma fé genuína e verdadeira em Cristo, essa fé é que vai salvá-la no dia do juízo, independentemente se ela pensava que fossem as obras. O que importa acima de tudo é a existência da fé, e não uma correta compreensão do processo de justificação, embora uma correta compreensão disso ajude a manter uma mentalidade correta e nos leve para mais perto do alvo.

      O mesmo se aplica na questão do cânon: se ter um cânon "errado" (com alguns livros a mais ou a menos) fosse razão para condenar alguém, então muitos cristãos estariam "condenados" até o século IV, praticamente toda a Igreja, que ainda não havia encontrado um consenso. O perigo é se esses livros a mais acabarem influenciando a vida de alguém a cair em falsas doutrinas ou a aderir a uma falsa moral, mas se isso não acontecer, a pessoa não será condenada por ter um cânon incompleto ou inchado.

      Abs!

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  34. Lucas, pegar carona no ônibus é pecado? Hoje eu estava sem o cartão e o motorista disse que poderia entrar e não pagar, eu aceitei e entrei mas até agora não sei se o que fiz foi certo, seria uma boa escolha levar o dinheiro para ele amanhã?

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    1. Paulo diz que tudo aquilo que se faz com peso na consciência, é pecado. Então se você tem esse peso de consciência e julga ser correto pagá-lo, faça isso.

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  35. Olá Lucas. A problemática da autoria é comum nas Escrituras. O anonimato e a discrição parecem ser a regra. Mesmo quando autoria é conhecida (Ex. Isaías) percebemos a existência de um editor por detrás. A escassez de fontes confiáveis só alimenta a incerteza. Você concorda amigo? Obrigado

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    1. Exato, é assim mesmo. É por isso que o mais importante mesmo não é quem escreveu, mas o que escreveu (o 'conteúdo', em vez da 'forma'). Abs.

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  36. Paz, Lucas.
    As igrejas pentecostais são consideradas protestantes? Me refiro especialmente à Assembleia de Deus e a Congregação Cristã, que acredito serem as mais antigas no Brasil.

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    1. Olá, são protestantes sim. As ramificações não mudam a origem em comum e a concordância de crença nos princípios básicos.

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  37. Paz, como sempre, excelente artigo.
    O irmão escreveu "A diferença é que eu recorro às testemunhas primárias e oculares (escritores bíblicos)" - Se fosse possível que o irmão voltasse no tempo e pudesse entrevistar um apostolo ou um Pai da igreja, qual escolheria e que pergunta faria?
    Ricardo Soares

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    1. Poxa vida, parada dura, hein? Tanta coisa para perguntar... mas acho que eu perguntaria aos apóstolos quem era o discípulo amado :D

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  38. Olá Lucas,gostaria de saber sua opinião sobre outro assunto que não tem a ver com o post,até te sugiro escrever um artigo sobre esse tema,que é a crise política atual,confesso que fiquei decepcionado com a revelação das gravações de Michel Temer com Joesley Batista,eu sei que o Temer nunca foi de direita,se fosse não teria aceitado ser vice da Dilma,mas estava gostando das reformas trabalhista e previdenciária que ele estava tentando fazer,que provavelmente ficarão inviáveis com a crise,eu achei fundamental flexibilizar a CLT,e sobretudo acabar com o imposto sindical,coisa que Temer vinha tentando fazer,já que reduzindo esse tributo,os sindicatos,que são uma das principais bases da esquerda ficarão sem dinheiro,já que a maioria dos trabalhadores não confia neles para lhes representar,mas se não for o Temer a fazer essas reformas,acredito que caso não haja fraudes na eleição,como se suspeitou durante a reeleição de Dilma em 2014,com as urnas eletrônicas Smartmatics,poderemos a eleger um presidente com viés liberal,já li que Ronaldo Caiado e João Doria serão candidatos,assim como Jair Bolsonaro.E uma outra curiosidade que tenho é sobre a fé de Michel Temer,ele se diz católico e possui proximidade com vários líderes evangélicos https://www.youtube.com/watch?v=hyqUX2Amaws ,no dia da divulgação da conversa de Temer com Joesley,o pastor Samuel Ferreira entregou uma Bíblia para ele,e ele tem vários funcionários evangélicos em seu gabinete https://www.youtube.com/watch?v=K76v9qFCbv8 ,parece ser um homem que simpatiza com a fé evangélica,mas ao mesmo tempo o deputado também evangélico Cabo Daciolo o acusou de ser maçom e satanista https://www.youtube.com/watch?v=pQgwzXQQy1s ,o que achas disso?

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    1. As reformas do Temer eram boas, urgentes e necessárias, embora o Temer como pessoa seja um corrupto pilantra como quase todos os outros. Foi realmente lamentável o que ocorreu, porque agora grande parte da base aliada passará à oposição e é quase certo que esses projetos não irão para frente. É uma pena.

      Sobre a fé do Temer, não se empolgue muito com esses vídeos que mostram aproximação de políticos com igrejas ou pessoas evangélicas, isso é muito comum por ser parte do jogo político, para ganhar a simpatia de todos os setores da sociedade. Extremista religioso antiprotestante ele não é, e isso já é o suficiente, não devemos nos iludir pensando que ele vai virar crente ou que defenderá as causas conservadoras. Também não é preciso ir ao outro extremo e chamá-lo de satanista, isso foi um boato que alguns criaram em torno dele ser o pai do ex-satanista Daniel Mastral, que usa codinomes no seu livro, mas o próprio Mastral afirmou não ser o Temer, em entrevista no ano passado ao Programa Vejam Só.

      Abs!

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    2. Michel Temer é Ortodoxo. Pesquisa depois no Google quando o Padre de São Paulo, diz que sentiria falta dele nas missas.

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  39. Olá,Lucas tudo bem?Irmão você não só me influenciou a fazer teologia e filosofia...mas todos os meus 3 irmãos, queremos ser no futuro apologetas e professores para agregar cada vez mais nossa comunidade evangélica.Queria saber do Elisson Freire que também é um grande apologeta de qualidade , só não entendi por que ele deixou de fazer mais blogs como você!você tem contato com ele?por que eu entro no blog dele e só tem os mesmos assuntos...só você por enquanto coloca mais novidades e também o Bruno tá sumido , na minha opinião vocês 3 são os melhores apologetas irmão.Abs!

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    1. Olá, o Elisson Freire ainda posta alguns artigos de vez em quando, mas mais no "Resistência Apologética" do que no "Firme Fundamento", o site antigo:

      http://resistenciaapologetica.blogspot.com.br

      O Bruno Lima tem muitas ocupações e por isso não tem tempo de postar artigos novos com certa regularidade como tinha antes, mas ele também está bem.

      Abs.

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  40. Marcos Trinitariano6 de junho de 2017 às 19:44

    Lucas, a paz!Queria saber de sua opinião se você concorda com o Pr. Paulo Júnior, que apesar de termos líderes sinceros a doutrina ortodoxa de Cristo...eu o vi em um vídeo dele que a maioria dos evangélicos estão perdidos por que segundo ele ,mas da metade dos evangélicos aderiram a teologia da prosperidade.Não concordei com ele por existirem várias ramificações no nosso meio , não sei se você concorda.Na maioria das denominações não aderem a essa falsa teologia entendi irmão? as que aparecem na Tvs são na verdade uns 15 a 20% da nossa comunidade, ou seja , uns 70% ou até mais não aderem esse movimento herético.na sua opinião o que você acha disso tudo?

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    1. Eu não sei quantos % que aderem e que não aderem, mas discordo que pelo simples fato de alguém crer na teologia da prosperidade já está "perdido". Isso nunca foi algo tão grave ao ponto de fazer um simples leigo que crê nisso perder a salvação apenas em função disso (caso diferente é o dos lobos travestidos de pastores que possam extorquir seus fieis nos cultos, mas isso se refere à hierarquia dessas igrejas e não aos fieis em si, que estão apenas sinceramente enganados e que em suma maioria são pessoas simples e honestas).

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  41. Lucas, vem por meio desta mensagem agradecer o grande cuidado que você teve em escrever este artigo.
    Volto a repetir. Você foi fundamental na minha conversão! Mesmo não te conhecendo pessoalmente, considero-te um amigo. Que Deus te abençoe sempre! Muito obrigado.

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    1. Valeu Filippe, que bom que o blog foi-lhe útil, Deus lhe abençoe igualmente!

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  42. Como sempre Lucas vc é o cara. Já baixei quase todos os seus livros são muito bons.

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  43. Cristão Convertido7 de junho de 2017 às 13:21

    Lucas, o que significa cânon? muitos tentaram me explicar, mas mesmo assim não entendi direito.o que entendo que seja regra padrão de conduta absoluta a ser seguida de acordo com que os os Profetas e Apóstolos falaram, esse conceito é verdadeiro? ou tem algo a mais?e outra pergunta o que significa NT? no meu entender pelo que li significa aliança que Deus dez com seu povo , é isso mesmo?Fica com Cristo!

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    1. Cânon é o compilado de livros considerados inspirados por Deus, diz respeito à extensão e totalidade de todos os livros que são considerados Escritura Sagrada. Novo Testamento é o compilado de 27 livros que contam desde o nascimento de Jesus até a revelação apocalíptica dos últimos tempos. O termo na verdade seria para designar a "nova aliança" que Deus fala na Bíblia, o novo pacto que tem hoje com a Igreja e não mais com os judeus que o rejeitaram. Todavia é preciso observar que nem tudo do Novo Testamento se refere à nova aliança, a qual começa depois da morte e ressurreição de Cristo, e o que vem antes disso é parte do contexto da antiga aliança ainda.

      Abs!

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  44. Lucas, olá tudo bem irmão?Queria te sugerir que você fizesse depois um assunto tão pertinente no nosso país que a crise política partidária, por que apesar da cresce "onda" do conservadorismo no Brasil, ou seja, essa ascensão é evidente você não acha? depois se for possível Lucas, você querer tratar desses assuntos partidários principalmente os dos comunistas como PT,PSOL,PSDB,PV,REDE,PCdoB,PDT são tudo aliados do Marxismo...temos que entender que eles não estão mortos é tão verdade que à própia Maria do Rosário do PT-RS pretende ressuscitar o espírito de censura do sepultado PL122, bastante polêmico por limitar o direito de pastores e padres de pregarem em suas congregações contra o pecado da homossexualidade...tudo isso pra criar "crimes de ódio" segundo essa esquerdopata contra a Cristandade brasileira, pra que isso não ocorra como foi nos EUA no desgoverno do Barack Obama, onde os líderes para falarem na igreja contra à prática homossexual os pastores pagam milhões de dólares e graças ao bom Deus que o Trump derrubou essa lei maldita do governo anterior de 8 anos na América, pra que isso não venha ocorrer no Brasil.Outra coisa que fiquei estarrecido foi com a Benedita comparar o texto bíblico que fala de derramamento de sangue que Jesus fez por nós na cruz para apagar os nossos pecados e segundo essa maldita que se diz evangélica, ainda mais da Assembleia , só se for do demônio,por que de Deus não é...falando esse texto da bíblia pra dizer que o partido do qual ela pertence se for possível derramar sangue pra conquistar, nem que seja na marra seus ideais, ou seja, o comunismo é lamentável isso, deveria ser processada e cassada imediatamente, mas como você sabe a grande parte da mídia não fez nada, por que a maioria é de esquerda essa é a verdade e que loucura muitos aplaudiram a Benedita da Silva pela comparação que ela fez infelizmente com as Sagradas Escrituras.que nojo que tenho do comunismo tem que ser varrido.o que você acha Lucas, precisamos estar bem atentos?Fica na Paz de Cristo!

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    1. Na verdade tudo isso que você falou se resume em um princípio evidente: a finalidade da esquerda nada mais é que a destruição da sociedade.

      Que eles não iriam desistir de seus projetos anticristãos já era óbvio, vão persistir o quanto puderem até conseguirem o que desejam, e que eles todos são favoráveis a uma tomada de poder pela força e violência, literalmente derramando sangue tal como na ditadura soviética, norte-coreana e cubana que eles adoram, isso também é óbvio - ainda que nem sempre eles o falem de forma tão explícita como fez essa senhora. E o que mais espanta tudo isso é o completo consentimento de toda a plateia (na verdade, um consentimento eufórico) e do lixo de político do PMDB aqui do Paraná que estava ao lado dela, tão desprezível que eu não ouso nem citar o nome, todos eles vibrantes com esse estímulo explícito ao genocídio e à guerra civil.

      Por muito tempo eu relutei a pensar que o comunismo fosse doença mental como alguns estudos comprovam, pensava que era apenas uma visão "muito equivocada", mas quem estava equivocado era eu. É doença mesmo.

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  45. Estou escrevendo do celular. Algumas coisas podem ir sem acentos ou não.


    Banzoli, aqui é o Alon. Eu vi um vídeo do Macabeus - cheio de virus o site dele - fazendo algumas criticas ao seu artigo. O que me chamou a atenção foi ele ter afirmado ser mesmo João o discípulo amado. Aliás, o mundo inteiro acredita que era João.

    O mundo inteiro está sendo enganado!

    João fugiu!

    Os membros do Sinedrio enviaram oficiais com Judas para prender o Senhor Jesus no Jardim do Getsêmani. Além deles veio junto uma multidão furiosa e armada:

    "... veio Judas, que era um dos doze, da parte dos principais dos sacerdotes, e dos escribas e dos anciãos, e com ele uma grande multidão com espadas e varapaus", Marcos 14:43.

    João e os outros discípulos, com exceção de Judas e Pedro, fugiram e foram esconder-se numa casa e ficaram la até o momento da ressurreicao de Jesus. Com um detalhe: estavam com as portas trancadas.

    "Chegada pois a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco", Joao 20:19.

    "Onde se tinham ajuntado" quando fugiram? Observe o passado na frase: "Eles estavam trancados "onde HAVIAM se ajuntado".

    Pedro e Judas foram até a casa do sumo sacerdote para ver o julgamento de Jesus. Pedro quase foi em cana. Ele se mandou ao ser reconhecido. Apenas Judas fica no local até o momento em que Jesus é condenado ( Mat 27:1-5). Veja meu comentário mais acima, de alguns dias atrás, sobre Judas. Ele pode ser o OUTRO discípulo, aquele que coloca Pedro pra dentro da casa do sumo sacerdote.

    Continua...

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  46. Portanto, Sr Macabeus, João não podia estar ao pé da cruz depois de ter fugido com os outros. No momento da prisão no jardim, Jesus pede aos oficiais que os deixem ir se é a eles que procuram:

    "... se pois me buscais a mim, deixai ir estes", Jo 18:8. Se ele disse isso foi porque percebeu algum movimento ameaçador na direção de todos.

    Mateus diz: "Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão", Mt 26:31.

    Eles se mandaram:"Então, deixando-o, todos fugiram", Mc 15:40.

    Como eu disse, dois deles fizeram o caminho até a casa do sumo sacerdote, mas os outros fugiram. Por esse motivo não podemos localizar João ao pé da cruz. Não acredito que depois da fuga João tenha voltado ao local do assassinato de Jesus com,provavelmente, uma centúria de soldados romanos e um incontável número de judeus incrédulos.

    Continua...

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  47. A Páscoa

    A Familia de Jesus se fazia presente em Jerusalém todo ano para a Páscoa: "Ora, TODOS OS ANOS, iam seus pais a Jerusalém, à festa da páscoa; E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, SEGUNDO O COSTUME do dia da festa", Lc 21:41,42.

    Aqui estão alguns membros da família do Senhor que foram a Jerusalem na época da Páscoa anterior à crucificação:

    "E estavam ali olhando de longe, muitas mulheres que TINHAM SEGUIDO Jesus DESDE a Galiléia, para o servir,

    Entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu", Mat 27:55,56.

    A mãe de Jesus estava em Jerusalém, é o que mostra o texto acima. Agora vou lhes mostrar duas irmãs dele que Também estavam presentes. Aqui é outro relato pós ressurreição:

    "E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam, as que diziam estas coisas aos apóstolos", Lc 24:10.

    "E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, sua irmã, Maria de Cefas, e Maria Madalena.", Joao 19:25.

    E há mais uma que também pode ser irmã de Jesus. O nome dela é Susana: "E Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes, e Susana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas", Lc 8:23.

    São irmãs de Jesus: Maria, Joana e Susana

    Continua...

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  48. Portanto, Macabeus, a família do Senhor Jesus estava presente na ceia. É Inadmissível que Jesus tivesse tomado a ceia apenas com os doze. A ceia devia ser tomada em família (Êxodo 12:21,22).

    O recinto onde ele celebrou a Páscoa não era pequeno. Ele precisou de um lugar espaçoso:

    "E, onde quer que entrar, dizei ao Senhor da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que hei-de comer a páscoa com os meus discípulos? E ele vos mostrará um GRANDE cenáculo mobilado e preparado; preparai-a ali", Mc 14:14,15.

    Se é o mesmo local que foi derramado o Espírito Santo, então lembre-se que coube com folga 120 pessoas. Para que um local tão grande se eram apenas treze pessoas?

    Agora veja isso: Após Jesus dizer que havia ali um traidor, parece ter começado um alvoroço entre - não somente os doze - outros também, ao ponto de Jesus precisar dizer que ele nao falava de ninguém fora dos doze:

    "... Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come há-de trair-me. E eles começaram a entristecer-se e a dizer um após outro: Porventura sou eu, Senhor? e outro: Porventura sou eu, Senhor? MAS ele, respondendo, disse-lhes: É UM DOS DOZE, que mete comigo a mão no prato", Marcos 14:18-20.

    Depois do susto geral coletivo, em que "eles comecaram a entristecer-se um após o outro", Jesus, porém, diz: "é um dos doze".

    "Mas ele, respondendo, disse-lhes, é um dos doze". A palavrinha mágica, MAS, fez toda a diferença!

    Continua...

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  49. O Discípulo Amado na ceia

    Eles acabam de ceiar (João 13:2). Logo em seguida Jesus sai do seu lugar e lava os pés dos discipulos (vv 4-17). Somente depois de lavar os pés dos discipulos, é que Jesus fala do traidor???!!!

    Muitos entendem que quando Jesus entrega o pão molhado a Judas é o inicio da ceia. Nunca ouvi dizer que ceia do pão e vinho é uma e a ceia pascal é outra.

    Os outros Evangelhos nao nos dão os detalhes que o quarto Evangelho nos dá. O escritor do quarto Evangelho foi o único que omitiu a parte sobre o pão e o vinho. No segundo versículo do capítulo 13 de João, ele já diz:

    "E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse", v 2.

    Jesus responde a questão do discípulo amado sobre quem seria o traidor vinte e três versículos depois da ceia ter acabado?

    "... É aquele a quem eu der o bocado molhado. E após o bocado, entrou nele Satanás. Disse pois Jesus: O que fazes, fá-lo depressa", vv 26,27.

    Quantas vezes ouvimos dizer que Judas recebeu o primeiro pedaço de pão?

    Alguns versículos adiante Pedro vê alguém perto de Jesus e faz sinal para que este pergunte a ele quem é o traidor. A pessoa parece familiar a Pedro. Porém, tem um fato curioso nesse momento. Um texto diz que ele (ou ela) está reclinado sobre o peito de Jesus, mas o outro texto diz que ele se inclina sobre o peito de Jesus para perguntar-lhe:

    "Ora um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus.

    Então Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele falava.

    E, INCLINANDO-SE ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, quem é?

    Ninguém podia fazer isso se não fosse bem intimo do Senhor. Note que ele (ela) se inclinou sobre o peito de Jesus. Mas se o texto diz que ele já estava bem proximo antes por que precisou se inclinar? Não significa que ele estivesse naquele momento deitado no seu seio, mas que ele ocupava uma situação próxima a ele na mesa, pois precisou abaixar-se para falar com ele.

    Eu acredito que nesse momento ela podia estar em pé ao lado, e foi quando Pedro fez um sinal para que perguntasse sobre o traidor. Por esse motivo ela inclinou - se. Ou seja: abaixou-se para perguntar. Isso indica familiaridade com Pedro e confiança com Jesus, o que sugere de forma positiva que é um membro da familia dele.

    Continua...

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    1. "Jesus responde a questão do discípulo amado sobre quem seria o traidor vinte e três versículos depois da ceia ter acabado?"

      Na tradição de páscoa, se toma 4 taças de vinho. As 2 primeiras durante a refeição e as 2 últimas após a refeição (na sobremesa).

      Segundo esse estudo, foi durante a terceira taça de vinho que aconteceu a nova aliança.

      Segundo Lucas, a traição de Judas aconteceu depois de terminada a ceia.

      "The Seder celebrated by Jesus
      and his disciples

      The "Last Supper" was a Passover meal and seems to have followed much the same order as we find in the Mishnah. In the New Testament accounts, we find reference to the First Cup, also known as the Cup of Blessing (Luke 22:17); to the breaking of the matzoh (Luke 22:19); to the Third Cup, the Cup of Redemption (Luke 22:20): to reclining (Luke 22:14): to the charoseth or the maror (Matthew 26:23), and to the Hallel (Matthew 26:30).

      In particular, the matzoh and the Third Cup are given special significance by Jesus:

      And he took bread, gave thanks and broke it, and gave it to them, saying, This is my body given for you; do this in remembrance of me." In the same way, after the supper he took the cup, saying, "This cup is the new covenant in my blood, which is poured out for you. Luke 22:19-20

      http://www.menorah.org/the%20messiah%20in%20the%20passover.html

      "Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.
      Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa."Lucas 22:20,21


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  50. Detalhes da ressurreição

    Alguns detalhes na narrativa da ressurreição indica que outras mulheres, além de Maria Madalena, também viram Jesus ressuscitado. Note que depois de receber o aviso dos anjos de que elas deveriam voltar aos discipulos e avisa-los - nesse caminho de volta - Jesus lhes aparece:

    "E, indo elas, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram", Mat 28:19.

    O Clopas do caminho de Emaus também fala dessas mulheres. E ao que tudo indica sua companhia não pode ser uma delas (dizem que ele voltava para Emaus com sua esposa Maria). Observe que Clopas não fala pela esposa, se esse fosse o caso. Ele faz referencias às mulheres distantes:

    "É verdade que também algumas mulheres de entre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro", Lc 22:24.

    Lucas diz que elas foram falar aos discípulos, mas eles não creram.

    " E as SUAS palavras lhes pareciam com desvario, e não as creram", Lc 24:11.

    O testemundo das mulheres com relação a ressurreição de Jesus foi colocado em dúvida porque foi um testemunho de mulher.

    Por que não creram no testemunho de mais de um? O testemunho de duas pessoas deve ser respeitado, mas eles não creram. Eles não creram porque eram mulheres?

    Por esse motivo o escritor do quarto evangelho garante, e parece insistir, que o testemunho do discípulo amado é verdadeiro (João 21:24).

    O discípulo amado era uma mulher!

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  51. Olá, irmãozinho a paz! Lucas estou assistindo a novela o Rico e o Lázaro, claro que existem muitos mitos,mas queria saber se o profeta Daniel e seus amigos foram casados e senão por que? existem alguma evidência arqueológica e bíblica?Fica na paz querido!

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    1. Olá, infelizmente a Bíblia não esclarece se Daniel era casado ou não. Aliás, com a maioria dos personagens bíblicos ela não diz isso, pois o foco quase sempre é nas mensagens que este profeta tem a passar e não sobre ele em si (i.e, uma biografia do próprio autor). Por isso, geralmente quando é mencionado que algum deles tinha uma esposa, é de passagem ou por necessidade diante do contexto (como ocorre com Pedro, por exemplo, porque precisava dizer que sua sogra estava doente). Abs!

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    2. E eu, apesar de não estar claro, acho que Daniel era eunuco, portanto não seria casado.

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  52. Lucas, na sua visão sobre a questão de Cristo ter transformado o vinho no evangelho de João,na sua opinião seja Bíblica,Histórica se o nosso Salvador transformou em vinho alcoólico?Já que na época e até hoje os judeus na festa de casamento tomam o vinho com álcool por 7 dias devido a sua cultura,mas o que me incomoda é que alguns teólogos afirmam que na época de Jesus só havia vinho com fermento e não suco da uva...tem lógica isso já pensou Cristo e seus discípulos tomando vinho fermentado, isso não seria o mal exemplo?por que essas questões me deixam confuso.Saiu uma pesquisa recentemente pela Universidade Oxford e College London, por estudiosos, pesquisadores que analisaram 550 consumidores durante os últimos 30 anos e constataram que pessoas que bebem moderadamente,causa atrofia e deformação no cérebro ocasionando sonolência e mal de Alzhaimer.Questões científicas comprovadas aliada as Escrituras não dá a ideia que o vinho que Jesus transformou foi o vinho puro suco da uva e não o fermentado?Muitos podem falar que o um pouco de vinho não tem nada de mais pegando um texto isolado de Paulo que manda Timóteo tomar um pouco por causa do problema de estômago que ele tinha...por que eu tenho problema estomacal e o médico me indicou não beber nem sequer um pouco de vinho alcoólico,ou seja, nem meio copo entende?Por que segundo ele o meu problema de estômago afetaria muito por pequena dose que fosse , pra não causar uma úlcera.você como conhecedor da Bíblia, o que você me diz?Fica com Deus.

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    1. Na minha opinião não foi vinho alcoólico, comentei sobre isso nos meus comentários aos Evangelhos, a parte sobre este texto em especial pode ser vista aqui:

      http://ocristianismoemfoco.blogspot.com.br/2014/08/comentarios-de-joao-2.html

      Segue o comentário:

      2.9 água feita vinho. Jesus certamente não transformou a água em vinho alcoólico, o qual é expressamente proibido à luz da Bíblia. Provérbios 23:31 diz que não devemos nem sequer olhar para o “vinho quando se mostra vermelho” (v.31), pois ele, “no fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá” (v.32). Se Jesus transformasse a água em vinho alcoólico, ele estaria incorrendo na maldição de Hc.2:15, que diz: “ai daquele que dá de beber ao seu companheiro!”. O vinho que a Bíblia permite é o vinho não fermentado, o puro e fresco suco de uva, o fruto da vide (Gn.40:11; Dt.11:14; 2Cr.31:5; Ne.13:15; Pv.3:10; Is.16:10; 65:8; 1Tm.5:23). Embora a palavra vinho possa designar tanto o vinho fermentado como o não fermentado, quando a Bíblia se refere ao vinho fermentado ela faz clara acepção, distinguindo do vinho não fermentado, como quando diz: “não convém aos reis beber vinho, não convém aos governantes desejar bebida fermentada” (Pv.31:4). Logo após proibir os sacerdotes de beberem vinho (Lv.10:9), Deus diz que devemos “fazer separação entre o santo e o profano, entre o puro e o impuro” (v.10), claramente considerando o vinho fermentado entre as coisas profanas eimpuras, das quais nós temos que nos manter afastados até da sua “aparência” (1Ts.5:22). Em síntese, o vinho permitido (e transformado por Cristo) biblicamente e o mais comumente referido nas Escrituras é o vinho não fermentado, ao passo em que o vinho fermentado é claramente proibido (Pv.23:31-33; 20:1; 31:4; Hc.2:15; Is.28:7-8; Lv.10:9-11) e é nos dito que não convém bebê-lo (Pv.31:4). Não é sem razão que Paulo disse que “tudo me é lícito, mas nem tudo convém” (1Co.10:23). Jesus, obviamente, não teria feito algo que não convémao cristão fazer, e muito menos tornado pessoas “bêbadas” (v.10) mais bêbadas ainda!

      Abs!

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  53. Lucas, a paz irmão!Banzoli segundo a ICAR diz que um dos pais da igreja como por exemplo:Eusébio de Cesareia que disse que Pedro foi bispo de Roma por 25 anos, contando desde o reinado de Cláudio em 42 d.c.Segundo os apologistas católicos o Primado de Pedro ficou em Roma primeiro para combater a heresia de Simão Magno que era considerado por muitos em Roma um deus.E os romanos dizem que às cartas de Pedro foi escrito em Roma, antes de 50 d.c, como é que essa aberração pode ser verdade Lucas?continuando segundo os HEREGES IDÓLATRAS ROMANOS falam que o Apóstolo fundou a igreja em Antioquia,e depois se dirigiu para Roma, onde,pregou o evangelho por exatos 25 anos sendo bispo da mesma cidade segundo as crônicas de Eusébio...mas já versão Armênica Pedro fundou a igreja de Antioquia ,onde ficou 5 anos e depois passou 20 anos em Roma,como é que pode ser também essa falácia digo isto por causa de um amigo meu que Ortodoxo Armênico, aí fiquei confuso, por que o que sei os Ortodoxos não acredita nessa ideia ,não é mesmo irmão?e pra terminar tenho uns colegas cabuloso mesmo que estão me enchendo o "saco"em citarem outros líderes que acreditavam que Pedro passou 25 anos em Roma como por ex:S.Jerônimo,Ambrósio de Sica e Hipólito.como você responderia a todas essas objeções desses católicos?Fica na graça do Senhor Jesus!

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    1. Essa de que Pedro ficou 25 anos em Roma e liderando a Igreja já foi exaustivamente refutada aqui:

      http://apologiacrista.com/a-missao-secreta-de-pedro

      E também aqui:

      http://apologiacrista.com/pedro-nunca-foi-bispo-de-roma

      Abs!

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  54. Olá,irmão! Lucas vou falar sobre uma coisa que me surpreendeu um pouco não muito o que estar acontecendo com a a igreja maculada católica...come o pão que o diabo amassou pra atrair seus fiéis cada vez mais ao abismo sem volta, meu Deus ,essa nunca foi a igreja de Cristo , essa tal de romana...falo isso estão fazendo de tudo o Bispo católico Heskett no Reino Unido,Inglaterra no qual ele está estimulando os seus fiéis a aceitar as oferendas alimentares consagradas aos ídolos pagãos Budista e Hinduísta, tudo para atrair não importa como o"ecumenismo" do demônio tudo pelo o "diálogo inter-religioso.Quando perguntado pelo jornalista ele evitou responder por que o Bispo tava contra os ensinamentos bíblicos que fala não terás outros deuses diante de mim e não farás para ti esculpido...não encurvarás diante delas.O absurdo é que o Bispo até encorajou os católicos a comer alimentos pagãos Budista e Hinduísta que segundo essas tradições orientais eles oferece esses alimentos aos visitantes como "abençoados" pelos deuses tudo pelo o tal união religiosa não importa qual...meu Deus onde nós iremos parar com isso?Lucas, nem de longe essa ICAR maculada faz parte da IGREJA PRIMITIVA, essa romana de fato é a MERETRIZ a mãe puta, chamada PROSTITUTA;essa de fato irmão tá perdida e cega que não tem mas volta ao evangelho puro e simples!precisamos irmão mais do que nunca evangelizá-los independentemente das perseguições que eles fazem contra nós, e depois vem dizer que não são idólatras que na prática mostra isso cada vez mais.algo mais a acrescentar? Fica com Deus!

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  55. E como fica Tiago, irmão de Jesus na cena da Santa Ceia, no qual, só estavam os 12 apóstolos. "E, chegada a tarde, assentou-se à mesa com os doze. E, comendo eles, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair." Mateus 26:20,21

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    1. Ia escrever um textão, mas justamente por ser um textão, vou escrever um artigo sobre isso, onde refutarei as objeções a este artigo incluindo essa.

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  56. O que dizer desse trecho retirado do livro História Eclesiástica - Eusébio de Cesareia
    Livro V Capítulo XXIV:

    E também João, o que se recostou sobre o peito do Senhor e que foi sacerdote portador do pétalon, mártir e mestre; este repousa em Éfeso.

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    1. Na época de Eusébio já se cria que João era o autor do quarto evangelho, nenhuma novidade. Este artigo (e o anterior) existe justamente para mostrar que essa é uma tradição errada, como tantas outras. Não se refuta uma tradição com mais tradição, e sim com as evidências internas da Bíblia. Se a tradição está errada neste ponto, apelar para ela mesma é um argumento circular.

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    2. Polícrates é da mesma época de Eusébio? Teria Polícrates recebido uma informação errada sobre o discípulo amado? Ouvi dizer que ele era descendente de Policarpo e que este foi discípulo de João, procede?

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    3. Isso tá com cara de enxerto:

      "E também João, o que se recostou sobre o peito do Senhor e que foi sacerdote portador do pétalon, mártir e mestre; este repousa em Éfeso".

      Lucas, nota 1000 para você. Artigo fiel e esclarecedor. Você é mestre nesse quesito: provar que a Apologética Católica está abarrotada de mentiras.

      Meus parabéns pelo excelente Artigo.

      Alon

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    4. "Polícrates é da mesma época de Eusébio? Teria Polícrates recebido uma informação errada sobre o discípulo amado? Ouvi dizer que ele era descendente de Policarpo e que este foi discípulo de João, procede?"

      Polícrates foi um bispo de Éfeso do século II (segundo Eusébio). Não tem sentido dizer que ele era "descendente de Policarpo" porque este era bispo de Esmirna e não de Éfeso. O que a tradição diz é que Policarpo foi discípulo de João, embora o próprio Policarpo nunca tenha escrito sobre isso, e nem tampouco falado que João é o autor do quarto evangelho.

      "Lucas, nota 1000 para você. Artigo fiel e esclarecedor. Você é mestre nesse quesito: provar que a Apologética Católica está abarrotada de mentiras"

      Vlw Alon, abraço!

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    5. Entendi, Lucas! Estou convencido até o momento que de fato João não é o discípulo amado mas realmente afirmar quem foi é um quebra cabeça talvez que nunca seja montado com precisão. Lembrando também que as perguntas feitas sobre Polícrates não visava derrubar o artigo acima mas tirar dúvidas mesmo. As análises feitas por você e o Alon estão ótimas mas estou mais inclinado para a opção de que Tiago seja esse díscípulo pois vejo umas forçadas de barra em alguns argumentos do Alon embora ache os textos dele incríveis e que eu também concorde com ele que a trindade é uma verdadeira heresia o que não tem nada a ver com o assunto do seu texto sobre o quarto evangelho.

      Abraço!

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    6. Outra dúvida:

      Por que isso está com cara de enxerto?

      "E também João, o que se recostou sobre o peito do Senhor e que foi sacerdote portador do pétalon, mártir e mestre; este repousa em Éfeso".

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    7. Eu como o que o Alon escreve.Eu fiquei encafufada com a história de Pedro seu filho e a esposa mas faz todo sentido. A merda da tradição não deixa a gente ver nada disso. Eu to tão fascindada com o que ele escreveu que vou ficar de guarda esperando o artigo mas desculpa alon querido ainda sou trinitariana.

      Lucas e Alon continuem assim vocês estão fazendo a diferença meu Deus eu chego chorar de emoção xau

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  57. Lucas, o que significa na época de Jesus , o texto bíblico dizendo que é mais fácil o camelo passar por um fundo de uma agulha e o rico entrar no céu? eu sei que a palavra fundo de uma agulha é uma metáfora, mas naquele período o contexto fala de que realmente?A paz e fica com Deus!

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    1. Aqui tem um estudo muito bom sobre isso:

      http://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/o-paradoxo-da-agulha/

      Abs!

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  58. Bom dia Lucas.
    Gosto muito do seu blog por que vejo que suas postagens e argumentações tem respaldos bíblicos e históricos, tenho aprendido bastante coisa.
    Sobre esse artigo do discípulo amado me surge uma dúvida e gostaria de saber sua visão. Nos evangelhos é apresentado que apenas Jesus e seus 12 apóstolos participaram da ceia antes da crucificação e que nesse episódio, o tal discípulo amado se inclina a Jesus para saber quem seria o traidor. Se apenas os 12 estavam com Jesus, essa passagem nos mostra que o discípulo amado não pode ser Tiago o irmão do Senhor por que este não estava presente nesse evento.
    Por favor, gostaria de saber sua visão sobre isso.
    um abraço e fique com Deus.

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    1. Olá, essa objeção em relação a Ceia é o último tópico abordado neste artigo que refuta as objeções:

      http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2017/06/refutando-objecoes-autoria-de-tiago.html

      Abs.

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