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Mostrando postagens de abril, 2016

A Primeira Cruzada (Cruzada Popular)

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• Introdução Um estudante das Cruzadas pode se surpreender com o fato dos cruzados terem obtido tanto sucesso na Primeira Cruzada, sucesso este que não se repetiu em nenhuma outra das que fizeram contra os muçulmanos. A razão que justifica isso é que, durante a Primeira Cruzada, os muçulmanos “não eram uma força homogênea, mas uma liga de príncipes cujos interesses são frequentemente contraditórios” [1] . Até a jihad, no século XI, “nada mais era além de um slogan utilizado por príncipes em dificuldades. Para que um emir aceite socorrer outro, é preciso que encontre nisso algum interesse pessoal. Só então ele concebe invocar, por sua vez, os grandes princípios” [2] . Runciman escreve: A maior vantagem franca era a falta de unidade do mundo islâmico. Fora graças às rivalidades entre seus líderes e à recusa destes a trabalhar juntos que a Primeira Cruzada atingira seu objetivo. Os muçulmanos xiitas, liderados pelo califa fatímida do Egito, detestavam os turcos sunitas

Cruzadas: Quem eram os bárbaros?

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• Introdução Um dos piores males que os estudantes amadores de História mais incorrem é o do anacronismo histórico. O anacronismo é quando se tenta entender um passado distante através do presente. Giovana Faviano escreve que   “o historiador, ao contar, relatar e analisar um determinado evento ou personagem histórico, não pode levar em consideração o que aconteceu depois; afinal, os agentes daquele momento não tinham em mente a sucessão de acontecimentos posteriores” [1] . Ou seja, não adianta tentar julgar o passado pelas lentes do presente. O que determinadas pessoas eram ou fizeram em uma determinada época deve ser analisada de forma totalmente à parte do que seus descendentes ou sucessores fizeram no futuro. Por mais que isso seja algo tão óbvio para qualquer historiador, infelizmente é onde muita gente, bem ou mal intencionada, incorre em erro. Apenas para citar alguns exemplos rápidos: (1) A Grécia, outrora a sede intelectual do mundo, é hoje apenas um pequeno